terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Luz Elétrica e Água Gelada

“Feliz é o homem que nunca ligou uma lâmpada e tomou água gelada.”

Fiz este comentário com dois urbanóides e eles não entenderam nada, já nasceram com o ar condicionado ligado e tomando Coca-Cola geladíssima. Ainda bem que por estas bandas o progresso mal chegou. Tive a felicidade de tomar água de moringa e ficar horas no escuro, em frente a minha casa, onde hoje mora minha mãe, com toda a família após o jantar observando satélites. Era um jogo, ver quem conseguia enxergar primeiro. “Apontar o dedo dava berruga”.

Bons tempos aqueles em que tudo era igual e a única divisão era a UDN e PSD, a turma do Homero e a do Zezinho. Degladiavam-se nos anos políticos, mas nos outros viviam harmoniosamente como uma grande família, sendo o Zezinho médico de todos. Zezinho fez, nos anos sessenta, o primeiro reimplante de dedo no país. O Antero está aí de prova, “No filho do adversário!”

Belos dias aqueles em que as desigualdades sociais nem eram percebidas, todos eram parceiros no atraso. Poucos conheciam luz elétrica ou haviam tomado água gelada. O Taíca comprou a primeira geladeira da cidade. Neste dia o progresso chegou a comunidade.

Corríamos descalços jogando bola na praça, nosso campo de futebol, esperando a chuvarada para tomar banho na enxurrada. Naquele tempo a criança tinha resistência, raramente adoecia, podia rolar na lama em dia de chuva. Hoje, a luz elétrica e a geladeira tiraram a resistência do homem.

Tenho um ditado bem barranqueiro que diz: “o excesso de higiene vai acabar com o homem!” - Bons tempos aqueles em que não conhecíamos a modernidade.

Após pegarmos estas duas doenças contagiosas “acender uma lâmpada e beber um copo de água gelada” nosso destino mudou. Chegou a grande doença do homem trazido pelo conhecimento:

“A Ambição com o nome de Evolução”. Junto veio o fogão a gás - adeus gosto de fumaça - o carro, o ventilador, a TV e todos os grandes ganhos do homem. Adeus céu estrelado, conversa de família e criança dormindo cedo.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Voucher Único

Quando criei o Voucher Único na década de 90, tinha uns objetivos a cumprir, pois tudo era novo e estávamos começando.

1º- Organizar a visita aos passeios.

a – controlar visitação por atrativos, capacidade de carga

b – fiscalização pelo poder publico deste movimento.

c – A agencia, o guia, o turista e o atrativo teriam também um controle.

d – inicialmente o Voucher tinha cinco vias para evitar fraude.

2º- Ter estatística real do movimento de turistas em nossa cidade.

a – Quantidade

b – Origem

b1- cidade

b2- estado

b3- País

3º- Arrecadar impostos.

Enfim, ter em mãos um instrumento que nos desse total controle do movimento de turistas em nossos atrativos para respeitar os limites de gente de cada um. Capacidade de carga é um termo que nós não conhecíamos. Com isto protegê-lo e preservar para as gerações futuras.

Passados quase 15 anos o que tenho notado é que o Voucher está servindo apenas a dois propósitos.

1º- Arrecadar impostos.

2º- Secretário de turismo e o presidente do Grande Conselho viajarem pelo Brasil falando asneiras e pregando mentiras patrocinados pelo dinheiro do povo.

Não se esquecendo que sou o babaca oficial da cidade, desde o século passando não participo das discussões, pois atualmente só falo besteira. Mas, ocasionalmente, alguém se lembra de mim e vem pedir socorro. Este mês vários vieram reclamar da bagunça que virou a história do Voucher, conforme constatei os dois itens mais importantes, Preservação e Estatística, não estão sendo cumpridos, pelo que notei, não tem muita importância e dá muito trabalho.

O primeiro objetivo era cruzar informações para ver se a quantidade de pessoas por atrativo estava dentro do limite permitido, ou não. O serviço que deveria ser feito todo dia ou no máximo uma vez por semana, informações que tive, é que fazem um controle apenas uma vez por mês, não cruzando informações diárias para ver se tal dia houve abuso. Onde está a preocupação com o futuro?

O segundo objetivo, a Estatística é fundamental para o planejamento futuro, faz parte da vida moderna. Hoje nós não sabemos o destino de origem do nosso visitante; país, estado e cidade, estes números são fundamentais, para todo o trabalho inerente a turismo, capacitação de mão de obra, marketing, números reais para atrair investidores e muitos outros.

O terceiro, arrecadar impostos, pois, para o prefeito da época, que hoje é o atual, turismo era um incomodo, pois nós estávamos passando pelo ciclo da lavoura, e ela na sua concepção era mais importante, para que ele fosse nosso parceiro na organização do turismo, tínhamos que dar ao poder público um motivador para acreditar na viabilidade e, podermos cobrar parceria, pois o turismo era um sonho novo, apenas começando, e hoje o arrecadar é o único que funciona.

Como podemos ganhar prêmios por uma penicilina que não funciona, secretários e presidentes viajaram e viajam alardeando uma coisa que não conhecem e não fazem funcionar.

Como ganhar prêmio pelo tal Voucher Eletrônico se a única coisa que funciona nele é cobrar pouco ISS dos hotéis? Porque nos balneários não é obrigatório o uso do Voucher Único? Os senhores falam disto nas palestras Brasil a fora ou sonegam informações? Como dar aula se não fazem o dever de casa?

Parabéns pelo continuísmo no Grande Conselho.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ultimo Tiro

Expectativa




Estamos inaugurando mais um ciclo de expectativas do agora vai. Tivemos a do Asfalto, ligando Bonito a Guia Lopes e ao resto do mundo civilizado, construção e inauguração do nosso tão sonhado aeroporto, nosso fantastico e importante Centro de Convenções e agora a tão sonhada ligação asfaltica ao mundo selvagem do Pantanal sul matogrossense.
O agora vai, voltou novamente, um novo ciclo de sonhos e novas frustrações estão novamente na telinha.
Na minha grade e tão comentada boçalidade o que vejo é que vamos disputar com o tão falado Pantanal os já minguados turistas que eles captam, ou vamos entregar a eles os poucos que nos procuram.
No meados dos anos oitenta, isto é, no seculo passado, quando Bonito começou um trabalho de receber visitas de outros estados, principalmente do Estado de São Paulo, alunos das escolas da Capital, que muito vinham a nossa cidade, começaram com varios dias no pantanal, e, um ou dois dias aqui, familias tambem faziam o mesmo roteiro, com o passar dos anos este roteiro se inverteu, cinco dias em Bonito e um ou dois no pantanal, outros anos se passaram e o pantanal praticamente foi abandonado, poucos vão visita-lo, ficando mais o day use. Não consigo ver um movimento tão grande de turistas do Pantanal para Bonito, e sim de Bonito para o Pantanal, em função do mercantilismo reinante em nossa cidade.
Hoje o turista reserva em nossa cidade cinco dias para passear, faz a reserva de hotel e passeios, quando chega, no terceiro dia algumas agências os dobram para irem ao Pantanal, tirando-os da cidade, pois ganham mais com a comissão do pantanal e a mafia do transporte, pensando mais no seu ganho imediato do que o bem da cidade.
Como nossa capacidade de captar é conhecidamente limitada ou praticamente nula, nós pouco vendemos e praticamente somos comprados, vamos dividir o pouco que nos procuram.
Bem, concluindo a tão sonhada pavimentação asfaltica ligando-nos a Bodoquena, passando esta euforia já deixo a dica para nossa futura e sonhanda expectativa final, vamos começar o projeto ufológico, uma base de pouso para naves espaciais, pois o turista do futuro , aquele que realmente vai movimentar Bonito, vem do espaço.
Não se esqueçam que como o turista de pesca do rio Miranda, o nosso rio, não tem nenhuma importancia para voces, a estrada de Bodoquena , é o nosso ultimo tiro.



















segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Obrigado Helena e Gilberto

Tenho várias paixões, minha vida é movida por esta bela palavra, todo dia estou apaixonado por algo e uma das minhas maiores são as mangueiras da cidade. Desde criança eu as curto e cultuo os pés de mangas como um grande presente de Deus dá muita alegria e prazer vendo-as nesta época do ano com seus maravilhosos frutos, como se fossem enfeites de natal.

Dentre as coisas da nossa cidade que não aproveitamos para o turismo, as mangueiras são uma delas, pois não se dá a elas o valor que tem. Praticamente todo turista que passa em frente de minha casa nesta época do ano, as minhas estão maravilhosas com seus belos e saborosos frutos e eles param, ficam olhando, comentam e quando tem fruta madura, pega para levar, muitos perguntam se temos aproveitamentos da quantidade de fruto que tem na cidade, digo que não, todos apodrecem, não se faz doce, suco, geléia, chutney, enfim...nada! Ficam indignados.

Agora, indignado fico eu quando chega aqui em Bonito um idiota, compra um imóvel e a primeira coisa que faz é derrubar o pé de manga. Nestes últimos anos com a chegada do grande desenvolvimento do nosso turismo sustentável e eco-turismo segundo todos menos eu, centenas de mangueiras foram destruídas por pessoas cultas e conscientes.

Algumas fazem parte da minha vida, da minha história. A mangueira da Tapera nasci embaixo dela, a da casa da minha mãe cresci brincando em seus galhos, catando seus frutos como faço até hoje, a do Arcanjo, as da tia Íria, e muito especial, única da espécie em Bonito, a mangueira da casa do tio Starde Xavier, carrego no corpo até hoje uma lembrança dela. Estava eu em seus galhos observando meus tios preparar o almoço do casamento da Lucy quando cochilei e caí de cabeça no chão, minha lesão na coluna é presente dela.

Estou escrevendo porque hoje, depois de anos graças a sensibilidade e a racionalidade de um casal, eu comi manga da árvore do tio Starde, fiquei emocionado e feliz por eles terem comprado o terreno e escolhido o local para morar. Sendo um terreno pequeno, fizeram uma bela casa, criaram os filhos e não derrubaram a mangueira, catando seus frutos, como eu faço, da varanda. Estou escrevendo esta matéria pra dizer muito obrigado Helena e Gilberto Peres ou como todos conhecem Helena e Gilberto do Bonsai.’

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fluminense, o lexotan do futebol

Esta nem Galvão notou! Ganhamos o campeonato carioca no centenário do Flamengo, agora ganhamos o nacional no centenário do Corinthians, acabamos com a festa das duas maiores torcidas do país. Nos seus aniversários mais importantes, não conseguiram comemorar estas datas com conquistas de tal grandeza. O fluminense é um estraga festa ou um catalisador de humildade nestas duas derrotas das torcidas mais apaixonadas do Brasil? Fico imaginando quantos problemas foram evitados; brigas, acidentes, enfim, foi bom para o futebol e para todos os outros torcedores.

Ganhamos o Campeonato carioca com um gol de barriga de um gaúcho. E o campeonato nacional com a raça de, imaginem..... UM ARGENTINO.

Nós não fizemos carreata, a prefeitura proíbe carreata com menos de dez pessoas.