sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nos anos 90

Nos anos 90 recebi em minha casa um professor espanhol, estava em Campo Grande, pois a UCDB tinha um convenio com uma grande universidade na Espanha, na área de turismo. E ele fez um comentário; notou que todas as empresas da cidade eram pequenas e tinham o perfil do dono. Achou muito interessante. Disse a ele que este era um dos motivos que eu acreditava na perpetuidade de Bonito no turismo. Ele concordou comigo, pois, segundo ele, era caso raro de se encontrar. Baseado em uma das minhas inúteis teorias, turismo de interior é uma volta ao passado, quando você vai ao interior está procurando lembranças bonitas do passado, como o Brasil, até 70 era um país rural. Mesmo o cosmopolitano tem um pé no interior. Quando começamos éramos interessantes por este motivo. Tínhamos um carinho com nosso cliente. Eles eram uma pessoa, hoje virou um número.

Passados mais de 10 nos da visita deste professor, hoje faço um comentário diferente, há alguns anos comecei a dizer que se você for à maior parte das empresas de Bonito, voltadas para o turismo, às 9h da manhã, 3h da tarde e 9h da noite, você dificilmente encontrará um dono trabalhando; Hotel, loja de artesanato, agência de turismo. Perdemos a identidade e a preocupação com o turista.

Está, praticamente toda a cidade, em mãos de funcionários.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A CURVA CHEGOU

Há muitos anos ouvi de uma pessoa, muito querida, Professor Joâo Francisco uma teoria referente ao turismo. Teoria esta criada por um renomado professor, inclusive levava seu nome, dizia que todo novo local tinha um prazo para acabar o movimento e cair no ostracismo. Era mais ou menos assim: Normalmente um novo destino é descoberto pelos ricos. O movimento começava, o local ficava em evidência, logo vinha a classe média e o crescimento estagnava. O rico fugia e após a fuga do grande consumidor vinha o pobre. Começava aí a decadência, por que as classes não dividem o mesmo lugar. Por conta disto o nível de produto no mercado caía muito, a exigência diminuía e tudo se vulgarizava.

Ele dizia que em Bonito também seria assim.

Prontamente discordei, pois eu sempre imaginei que Bonito tomaria outro rumo, e não o que tomou. Disse que Bonito, por ter suas peculiaridades, seria eterno. Esta síndrome não aconteceria aqui, pois nós tínhamos a felicidade de sermos únicos, uma perola no universo do turismo. Disse também que todos os lugares conhecidos eram públicos e normalmente praia, que éramos propriedades particulares e com produtos para todas as pessoas. Nós não teríamos este problema, pois temos produtos para todas as classes sociais, e com um atenuante muito forte: limite de pessoas e os atrativos mais exclusivos com horário marcado. Coisa única e quase exclusividade em Bonito. Disse a época, o Eduardo e testemunha, que Aquário, Sucuri e Prata teriam, a curto prazo, preços de U$ 70,00, só que, chegamos à mídia, crescemos, ficamos famosos e não mudamos. Ficamos parados no tempo, novos destinos apareceram; produtos simples com investimento estrutural de qualidade, coisa que não aconteceu conosco. Nossos atrativos evoluíram em estrutura, a cidade não. Nossos atrativos, com exceção da Gruta, que é administrada pela prefeitura e continua a mesma desorganização de sempre, estão preparados para todas as classes sociais, a cidade não. Nas discussões que tinha no passado. Sempre acreditei que teríamos hotelaria com qualidade para um público exigente, consequentemente lojas, restaurantes etc., errei, a nossa hotelaria esta preparada para um público bem pouco exigente em conseqüência disso o nível da cidade caiu, em função do que oferecemos , o padrão do turista caiu. Temos turistas exigentes acostumados a viajar, freqüentando o que o mundo tem de qualidade. Estes saem insatisfeito conosco.

A curva chegou.

Tivemos movimento, mas novas catástrofes aconteceram este ano:

- Rio de Janeiro

- São Paulo

- Minas Gerais