quinta-feira, 30 de junho de 2011

Respeitem o que temos


Nosso poço não tem fundo, sempre vamos estar caindo, sonhando com uma asa mágica para nos salvar, como sou uma pessoa não muito interessante para participar das discussões da cidade, falo através deste blog, tomo conhecimento dos nossos problemas através de amigos que desabafam comigo. Agora estou sabendo que estamos na eminência de perdermos o escritório regional do SEBRAE, para nossa vizinha Jardim, políticos e empresários vizinhos querem nosso escritório, há vários meses estão se movimentando para que aconteça a mudança.

Pelas informações que tenho, nem nossos políticos e muito menos nossos empresários estão preocupados com esta mudança.

Novamente faço a mesma pergunta. Onde estão as nossas tão faladas e famosas associações de classe? Pra que servem?

Há muitos anos tenho em minha cabeça o esboço de um livro, o titulo é “O Catador de Guavira”, é sobre a vida de pessoas que estão a procura do que já tem e não valorizam.

Bonito é o eterno catador.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Vamos tirar as mãos do bolso

Vamos estender as mãos

Obrigado Janico.

Hoje está fazendo um mês que uma pessoa muito especial nos deixou, há mais de sessenta anos, ele acolheu em sua vida um primo pobre e semi-analfabeto. Inicialmente o colocou para trabalhar como peão, cuidando de seu rebanho de gado aqui e algumas viagens ao pantanal do Nabileque, com o passar do tempo, vendo a dedicação e responsabilidade de seu funcionário, trouxe-o para trabalhar em seu cartório, ensinando-o nos ofícios. Passado alguns anos casou-se com uma moça da cidade, resolveu estudar. Foi fazer odontologia em Curitiba no inicio dos anos cinqüenta, deixando em seu lugar como cartorário aquele seu aprendiz, antigo peão, com um apelido estranho,

Zarico, talvez para rimar com Janico. Algum tempo se passou e vendeu ao seu substituto o imóvel onde funcionava o cartório em suaves prestações e anos para se pagar, local onde se escreveu uma bela história de Bonito, hoje este imóvel é de um de seus filhos.

Com o passar dos anos este aprendiz, provou que nós só precisamos de oportunidade, uma mão estendida para nos apoiarmos. Com este gesto, teve força para escrever sua história de muito respeito e dignidade, teve durante sua vida profissional e também tem após sua morte, o respeito e admiração de todos que o conheceram. Pagou esta conta com seu mestre fazendo o mesmo com outros jovens, só o sacaneou uma vez na vida, quando o convidou para ser meu padrinho.

Com este gesto há mais de sessenta anos, Janico mudou a vida de um jovem e em conseqüência de sua família que viria a constituir, este jovem cartorário fez por merecer, transformou seu trabalho em um dos mais respeitados dentre os seus, lutou décadas para criar e formar seus filhos, estes filhos ajudaram a transformar Bonito no que é hoje, nada se perde quando se faz com o coração.

Dr. Janes Monteiro Leite, nós te amamos e sempre nos lembraremos de você com muito carinho, acreditamos que chegamos a onde estamos pelo trabalho, carinho, amor e preocupação com a educação que nossos pais sempre tiveram. Mas não esquecemos que a porta aberta em que eles entraram neste novo mundo foi aberta por você.

Sempre acreditei que, esta mão estendida ao Zarico é a mão que sempre tem que estar esperando alguém que precisa. Todo ser humano tem dentro de si uma força muito grande, mas na maioria das vezes esta energia precisa de alguém para fazê-la fluir e descobrirmos nosso potencial.

Precisamos de alguém que acredite na gente, esta é a força que abre as portas da vida.

Dois grandes filhos da....,, Janico e Zarico, que saudade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta para Iara - 1ª parte

Compromisso com a vida

Está presente em minha memória o primeiro dia de aula do primeiro ano do ensino fundamental, no meu tempo: primário, de minha filha mais velha. Lembro do cabelo vermelho no sol, a tradicional blusinha amarela da Sagrada Família e ela feliz da vida com o novo começo.

Mal sabia que este é o pior dia da vida do homem “dito civilizado”, pois é o dia em que se assina um compromisso eterno com a vida. Neste instante uma tristeza tomou conta de mim, pois a minha filha estaria perdendo a liberdade a partir do momento que entrasse na sala de aula.

Deste momento em diante, o homem perde sua individualidade e passa a fazer obrigatoriamente parte do coletivo, o eu quero passa a ser, nós queremos. Na sociedade moderna, as crianças estão perdendo esta liberdade bem antes. Os pais precisam de filhos vencedores e, então, fazem os filhos assinarem este contrato às vezes com menos de quatro anos de idade.

Você assinou com seis, e eu tive mais sorte, assinei com sete pra oito anos. Foi-se o tempo em que até aos sete anos você era o dono da própria vida e tinha o direito de escolher: “Hoje não vou à aula!” "tô com dodói!”, "eu não quero levantar!", "não vou fazer tarefa!" e etc.

A partir desta data, do primeiro dia do primeiro ano, tudo muda:

· Tem que acordar cedo

· Fazer tarefa.

E ainda:

· Dor de barriga é mentira;

· Preguiça é coisa de vagabundo;

Perde-se a inocência da criança e começa a caminhada para o mundo adulto.

sábado, 4 de junho de 2011

Bonito é a educação

Agora, dia dez de junho é o último dia para inscrição do ENEM “meio do ano”. Olhando este descaso que Bonito tem com a educação, lembrando que perdemos uma faculdade particular e agora estamos perdendo uma pública, com cursos presenciais, simplesmente porque nossas lideranças não enxergam a importância da educação. Quando falo lideranças, não só estou falando da política, como da sociedade como um todo. Um dia um amigo falou para mim que Bonito era campeão mundial do “em cima do muro”, aqui nada é responsabilidade de ninguém, só do “prefeito”.

Vendo este desrespeito com a educação, uma escola pública importantíssima para qualquer cidade deste país, aqui não é interessante, nossa comunidade é pobre, carente, sem ter o conhecimento da importância da educação para seus filhos. Será que não teríamos a obrigação de olhar por eles? – Nós que tivemos privilégios.

Qual a importância deste campus para:

· Associação Comercial;

· Sindicato Rural;

· COMTUR;

· Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

· ATRATUR;

· Sindicato dos Servidores Públicos;

· Secretaria de Educação e todas as cem associações existentes na cidade.

Ou nossa comunidade está tão avançada no que se diz respeito à educação que estas faculdades e este campus não são necessários em nossa sociedade?

Todo dia fico sentado em frente a minha casa vendo jovens descerem e subirem a Pilad Rebuá, Olhando-os, vejo que não vão à lugar nenhum, pois não terão acesso a educação e conseqüentemente ao mercado de trabalho. Será que ninguém tem nada a ver com isto?

Será que já não é hora da sociedade vestir a camisa do futuro e não deixar acabar com os cursos presenciais, procurando estes jovens que concluíram o ensino médio ou estão concluindo. Provar a eles a importância destes cursos, levá-los a fazer o Enem no final do ano e aproveitar esta oportunidade que eles e a cidade têm.

A sociedade tem que perder esta história de “não é problema meu”, o nosso futuro é sim problema de todos, como vamos ter uma vida melhor, ter um futuro se não o queremos para nossos irmãos? Continuar uma sociedade de guetos. Vamos perder mais uma faculdade, só vamos acreditar na educação quando estivermos sonhando com a terceira, aí vamos dar valor? – Só que esta terceira nunca virá!

Vamos reagir, exigir nosso direito de cidadão, vamos procurar os jovens, mostrar que estes cursos existentes são importantes para eles e para a comunidade. Manter os cursos presenciais, pois estes são os mais importantes para todos. Com uma boa educação teríamos condições de atrair jovens de outros lugares do Brasil, transformar também esta unidade educacional em fonte de renda para o município. Cada aluno que vier fazer curso presencial deixará no mínimo R$800,00 por mês em nossa economia. Quanto melhor for o nível de nossos cursos presenciais, mais importante será para nossa economia.

Vamos tirar os olhos do chão, olhar para frente e construir a cidade que sonhamos.

Bonito sempre será uma cidade de expectativas, sonhamos com algo, concretizamos, abandonamos e partimos para a próxima.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Festival de Verão de Bonito Ou Rock em Bonito


Em todos estes anos de turismo vejo a temporada de verão acabar lá pelos dias 15 a 20 de janeiro, para praticamente todos os empreendimentos da cidade, alguns felizardos mantém o movimento até o final de janeiro. São poucos, mas expressivos na formação de opinião.

Não estou pensando neles, mas sim, no resto da comunidade que cria sempre a mesma expectativa. A temporada acaba e foi mais um sonho, consegue-se apenas pagar as contas do ano anterior. Não sobra para pequenos investimentos, como reforma básica, compra de equipamentos ou troca, imagine se sobra para aquelas férias nunca tirada.

Para completar a temporada, temos um vazio de 15 dias, que poderíamos criar uma atração para o sul matogrossense e vizinhos de São Paulo e Paraná, este público que sempre lembro é o jovem, pois ainda estão de férias e nas casas dos pais neste nosso interior, com todos os seus hormônios a flor da pele esperando algo para fazer. O interiorano quando vai a praia no verão, normalmente os dias escolhidos são entre o Natal e meados de janeiro, pois é nesta época que todas as tribos lá estão.

Há muitos anos venho comentando com amigos a necessidade de fazermos no final de janeiro, um bom festival de Rock para termos todo este público em nossa cidade pelo menos por uma semana e a única maneira de atraí-los é com um bom rock. Uma semana de festival equivaleria a dois carnavais e a sociedade comercial da cidade tem como fazer este evento, basta se unirem que teremos força para fazer. A própria sociedade pode bancar este custo, se tiverem interesse, a fórmula será discutida em reuniões com o trade, caso queiram, é muita conversa para caber nesta matéria.