Tenho um amigo que sempre me procura para saber minha opinião sobre determinados assuntos, pois sabendo ele o que eu penso, ele já sabe o pensamento da cidade. Nunca bate.
No final da administração do Geraldo Marques ele me procurou e comentou que o prefeito havia desfeito o COMTUR. O que eu achava? Disse que foi a melhor coisa que aconteceu. Comentou então que a cidade não aceitaria. Perguntei a ele o que o Comtur fez até hoje de importante a não ser me expulsar na primeira reunião em que participei, sendo eu o único nativo membro do conselho. Falei: espero que o próximo prefeito crie um novo e ativo Conselho, pegando de cada segmento que tem direito a um representante, o que este tem de melhor. Vamos fazer um Conselho atuante e revolucionário.
Não deu certo!
Aqueles empresários que realmente podem fazer a diferença foram expulsos das reuniões e discussões importantes por pessoas medíocres, sem conhecimento da grandeza do turismo, e recém chegadas ao ramo, oriundos aqui da cidade e de outros lugares, se intitulando conhecedores do DESCONHECIDO. Estas pessoas importantes e desperdiçadas, com tantos afazeres em seus segmentos, depois de ouvirem tantas asneiras em reuniões, CANSARAM. Assim as reuniões passaram a ser vazias e sem fundamento.
Hoje eu faço uma pergunta a este amigo:
- Das pessoas que estão hoje no grande Conselho, os ditos representantes do TRADE, alguém sabe o que é turismo, sabe o que esta fazendo ou só estão se aproveitando da fama e do nome da nossa cidade?
Faço esta pergunta pelos seguintes motivos:
I. No mês de junho de 2009 foi feita em nossa cidade, provavelmente, a maior apreensão de carne de caça do Brasil. este assunto sem importância na cidade, ganhadora de prêmios de melhor destino de Ecoturismo do país, não entrou em pauta para discussão do grande Conselho. Um dos conselheiros é representante do Instituto Chico Mendes.
II. A cidade sempre sonhou com o aeroporto funcionando. Ele está. Temos vôo direto Rio, São José, Campo Grande e Bonito. O Rio tem mais de 10 milhões de habitantes. São José do Rio Preto e cidades circunvizinhas, acredito eu terem mais uns 6 milhões de habitantes, de alto poder aquisitivo. Pergunto: - Os representantes diretos do turismo no grande Conselho sabem da importância deste vôo para nossa cidade? Algum dia discutira uma forma de vender Bonito nestas cidades? Com certeza não.
III. Vocês ainda acreditam que quem mora no rico interior de São Paulo pegaria a família, iria à capital deixar seu carro em uma garagem para pegar um avião para Bonito? O mesmo acontecendo com o pessoal do interior do Paraná. Quem sairia de Londrina, Maringá ou Cascavel, e iria até Curitiba para pegar um avião para nossa cidade? Não vamos esperar que o Aeroporto trabalhe sozinho e que seja o salvador da pátria. Acordem! Onde está nosso marketing para interior destes estados?
IV. Porque o sulmatogrossense não é importante para nossa cidade? Na minha ignorância sempre acreditei que é o melhor público para captar, pois é o consumidor que mais perto está de nossas belezas. Já pensaram em fazer um trabalho para desmistificar, junto a eles, que nossos preços são caros? Ou eles não são importantes?
V. O Mato Grosso do Sul é conhecido no Brasil também como um estado de rios piscosos. Acredito que recebemos mais de 500 mil turistas de pesca todos os anos Eles vêm nos meses de baixa temporada para nosso turismo de natureza (março a final de outubro). Já estão aqui. Não é preciso ir a seus estados de origem captá-los, pois já ouviram falar de nós. Ou eles também não têm importância para a falsa moralidade do Ecoturismo?
VI. Tirando as praias, nós temos a melhor logística do Brasil. Todos os destinos que trabalham com natureza, e são nossos concorrentes, não têm o privilegio que nós temos. Nenhum tem belezas como as nossas nem a proximidade de grandes mercados consumidores. Estamos a 300 km de Dourados e Campo Grande. 700 km de Assunção, interior de São Paulo e Paraná. Estamos ao lado da Bolívia, não esquecendo que Paraguai e Bolivia não têm praias. Onde estão as nossas discussões sobre esta dádiva?
VII. Bonito é o paraíso, mas para se ter acesso ao paraíso não é simples. Precisa de amor, abdicação, cessão, humildade e desprendimento mundano. Como vamos trazer pessoas ao paraíso se não sabemos lidar com ele?
VIII. Dizem que sou invejoso, pessimista, revoltado, mal humorado, frustrado e mal agradecido. Não me importo! Minha parte eu já fiz. Fiquei muitos anos afastado das discussões e decisões sobre o futuro do turismo em minha cidade. Mas existem três coisas que realmente me tiram do sério: Mediocridade, Teimosia e Burrice. E isto é o tripé que sustenta o pensamento reinante no nosso Conselho e boa parte do TRADE.
IX. Se existe uma pessoa que tem o direito de falar, esta pessoa sou eu. A cidade se tornou conhecida e respeitada no Brasil e no exterior e ganhou vários prêmios importantes graças a um trabalho feito por mim. Obra de um só pai, o famoso e falado “Voucher Único”, que transformou a cidade em um modelo de gestão único no país e reverenciado em todo o território nacional.
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