Anos
setenta muda-se para Bonito, um jovem advogado, vindo do sul do Brasil, recém-formado,
idealista, sonhador, como todos os jovens, ápice do governo militar, prisões, perseguições
retalhações etc., a juventude brasileira em guerra com o regime totalitário,
revoltados com a falta de liberdade, estudantes presos, desaparecidos, surrados
e expatriados, como a maioria de nossos jovens brasileiros, nosso jovem
advogado abominava o ídolo de nossa extrema direita reinante, o famigerado
chefe da policia política de Getulio, o homem que entregou para os nazistas a heroína
de nossa esquerda, Olga, mulher do herói comunista, Prestes. Esquerda também assassina
da liberdade e livre arbítrio, o homem em questão odiado por todos os jovens
brasileiros revolucionário era o famigerado Filinto Muller, então a época
senador pelo antigo estado de Mato Grosso, os quais faziam parte.
Chegando a Bonito nosso jovem causídico foi adotado pelo cartorário Mozart
Soares, muito em segredo como todo brasileiro do interior fã incondicional do
governo militar e temeroso dos comunistas que comiam crianças. Após algum tempo
o nosso advogado já inserido na vida de Bonito, descobriu que aqui seria sua
moradia eterna, comprou a casa do saudoso Aureste Felix Garcez, situada a Rua
Tenente Azambuja.
Tendo
comprado a casa, nosso novo bonitense, Dr. Gil Marcos Saut, pergunta ao então cartorário
e também vereador, quem foi este tal Tenente Azambuja que dava nome a rua em
morava, disse então seu amigo Mozart, até hoje eu não entendo como deram o nome
deste bandido para uma rua desta cidade, quando delegado aqui em Bonito,
judiava e batia no bonitense, gostaria de fazer uma lei para mudar o nome da
rua, prontamente nosso jovem advogado se prontificou para fazer a ele um
projeto de lei para que o nobre vereador apresentasse em plenário. Passados uns
dias chegou com o projeto pronto e perguntou a seu amigo vereador qual o nome
que gostaria que fosse dada a rua em que morava, de pronto Mozart falou eu quero
dar o nome de Filinto Muller. O nosso advogado que morava na rua do sujeito que
batia no bonitense passou a morar na rua do homem que batia nos brasileiros.
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