quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nascer Feio


Agora, 22 de novembro faço 54 anos. Após meio século de vida descobri a importância de ter nascido feio. Todos os dias me vejo no espelho, sempre a mesma feição, pouca coisa mudou, continuo feio. Nós, que temos a sorte de nascer assim, passamos a vida sem sofrer mudanças, transformações continuamos como nascemos. Esta semana esteve em minha casa uma pessoa que conheci no inicio dos anos oitenta, era bonita, charmosa, disputadíssima, havia fila querendo ficar com ela. Hoje está totalmente diferente, nada existe daquela beleza e charme do passado. Fiquei estarrecido com a transformação. Está pior que eu! Tentei ligá-la aquela beleza do passado, não consegui. Assustadora a mudança. Lembrei de pessoas que me encontram após vários anos sem nos encontrarmos e elas sempre dizem: "tó não te vejo há mais de quinze anos e você não mudou nada." Descobri a vantagem de nascer feio, você não muda com o passar dos anos, apenas continua feio, se tivesse nascido bonito, seria como todo bem nascido (bonito), um cinqüentão brigando com o espelho, feio e frustrado, desesperado correndo atrás da beleza perdida, usando cremes milagrosos e caríssimos, esticando as peles caídas ou tirando os excessos inconvenientes, fazendo terapia. "Estou muito feio." Olhar no espelho é degradante. Obrigado pai, por ter pensado no meu futuro, obrigado pelos cabelos vermelhos, que hoje estão branqueando. As pessoas perguntam se fiz luzes, o preto branqueando na concepção geral e decadente. O ruivo é charmoso, diferente, isto eu sempre fui.

Fico observando pessoas antes belas, hoje normais, mas, para o espelho decadente, assustadas, desesperadas com a cobrança do tempo, a beleza perdida.

Alegria de feio é eterna. Tinha eu meus dezoito ou um pouco mais velho, bonitinho ou feio enfeitado, como diz o popular, estava em uma festa na casa do Jairo Fontoura, pai da Andrea, grandes festas, quando recebi um elogio que levantaria minha auto estima até o ultimo de meus dias. A charmosa e bonita Nizete Trelha, olhando para mim fala: "Em Bonito só tem dois rapazes bonitos, você e o Afrânio." Isto se leva para o túmulo.

Nizete eu sempre vou te amar.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Não quero o Novo, quero de volta o velho e ultrapassado Bonito ético.

Bonito quer ser esperto, aqui a velha lei de Gerson ainda é altamente reverenciada. Sempre se procura um atalho para o nada. Toda vês que chega na cidade um esperto ensinando o errado a cidade se apaixona , o novo é o do momento. Eu, como sempre, sou do contra, não quero o novo e sim a ética e o respeito que o novo colocou para correr. Quero, a partir de 2013, um Bonito decente, sério e ético. Neste ano meus filhos começarão a voltar para casa, e eu quero que eles encontrem a mesma cidade que encontrei quando voltei em 1983, após oito anos ausente. Trinta anos depois a minha terra perdeu seu rumo. Vamos lutar para recuperar os valores perdidos com os Novos, vamos pôr o novo para correr.

O Bonito do Novo é mau caráter, desonesto, sanguessuga, opressor, ameaçador, chantagista e sem futuro. O erro não é eterno, sempre discuti nossa ambição, egoísmo e individualismo. Este trio sempre foi uma macula no caráter da cidade. É o que o Novo fomenta.

Fico imaginando o Novo no poder, se no dia a dia a extorsão já esta passando dos 30%. Atualmente o Novo é sócio majoritário em praticamente todos os empreendimentos da cidade, suga 30% ou mais do faturamento de todos seus parceiros, e eles estão felizes, é cômodo ficar sentado, não trabalhar com vendas, passar o custo para o consumidor e pagar o novo. O povo paga a conta. Como crer que o Novo é saudável se ele conseguiu inflacionar uma economia estabilizada e respeitada no mundo inteiro? Ou nós não estamos no país chamado Brasil? Hoje o mundo está com as pernas fracas, os preços estão caindo como manga madura, o turismo mundial está acessível. Somente em Bonito os preços sobem toda temporada, somente aqui existe uma tremenda inflação. Para justificar este abuso contra o consumidor, a Fundação Getúlio Vargas está vindo fazer um estudo “a influência do Novo na morte de nossa economia”.

Não sou lido e tampouco ouvido. Como sempre escrevo, muito me preocupa o futuro do jovem de minha cidade, que sempre elege o Novo como o pensamento do futuro, e sempre dão com os burros n’agua. Estão aprendendo a importância do imediatismo, eles nunca ensinam a importância do ser humano, uma parceria saudável, respeito ao cliente, a sua importância para sobrevivência deste maravilhoso e prostituído destino, respeitar o dinheiro suado e sofrido dos outros, acima de tudo respeitando o futuro de sua cidade, trabalho sério e honesto e que pavimenta a estrada da vida.

Eu não quero este Novo pensamento.

Eu não quero este Novo trabalho

Eu não quero este Novo abuso contra o futuro

Eu não quero este Novo prostibulo

Eu não quero o jovem pensando como o Novo

O Novo é uma vertente do pensamento do trade, que nunca sabem o que estão fazendo, no inicio não queriam sul-mato-grossenses e pobres em Bonito, depois sonharam com o asfalto, com aeroporto, centro de convenções e hoje estrada para Miranda. O Novo sempre nos atrapalhou e sempre será ouvido. Nunca criaram nada para termos turistas o ano todo em Bonito, sempre o Novo os está pondo para correr, pois, se Bonito não der certo eles correrão. Muitos Novos já foram embora, alguém lembra deles?

Eu quero o velho respeito de volta, ele resolverá todas as dificuldades de nossa cidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A nova ordem mundial

Acompanhando pela televisão a visita do presidente Obama ao Brasil, e sabendo da importância de seu país, hoje e nos últimos cem anos, no cenário mundial, sendo a palavra de ordem neste pequeno planeta que ainda é verde, mantendo esta hegemonia pelos próximos setenta anos, vendo isto, e tendo acompanhado um pouquinho da historia mundial, vejo que o império ainda neste século deverá passar o cetro.

Qual será a nova palavra de Ordem, Amarelo ou Verde Amarelo? Quem será o escolhido, o povo da Arca ou da Muralha? Por dois séculos os norte americanos ditaram as normas. Por quantos séculos o sul americano será o líder da integração mundial? A nova palavra não será somente o econômico. A economia continuará importante, mas não será a base primordial da sociedade. Terá de caminhar de mãos dadas com a solidariedade, fraternidade, tolerância, compreensão e preservação. Esta última dá o significado amplo da nova maneira de viver que o homem precisa, neste nosso pequeno gigante planeta.

Somente duas nações tiveram o privilégio de receber todos os povos e abrigar sob um mesmo sonho dando a todos as mesmas oportunidades. A duas a do Norte e a do Sul foram implantadas em terras tomadas à força de seus senhores. A história é a mesma: nativos massacrados para dar lugar a uma nova sociedade, negros africanos escravizados. As duas, com o passar dos anos, estão criando mecanismos para se redimirem destes crimes contra o homem.

Nestes últimos duzentos anos, dois nomes foram fortemente falados em todos os cantos do mundo. Como os locais de se realizarem todos os sonhos: Estados Unidos da America e Brasil. Milhões de pessoas abandonaram seus países para criarem estas novas sociedades, as duas grandes Arcas. O gigantismo dos dois não impediu que se criasse uma nova sociedade com apenas um idioma falado, originária de todos os povos da terra, mistura de todas as raças e harmonia das religiões. Fora as duas, qual outra nação recebeu tanta gente e deu tantas oportunidades a todos?

Como disse Obama em seu discurso, futuro chegou, nós não somos mais o país do futuro, somos o futuro. Temos pouco mais de meio século para ocuparmos a liderança das discussões do destino do homem, não esquecendo que a palavra de ordem não será dinheiro ou força bélica, mas sim PRESERVAÇAO. A palavra mais importante deste novo milênio. Temos que preservar nossa liberdade, nossa historia, individualidade, religião, sexualidade, livre pensar e a natureza para a continuidade da espécie.

Não temos o direito.

No século passado, quando ainda advogava, fui procurado por uma senhora para providenciar o suprimento de idade de sua filha, então com quatorze anos de idade, para que a mesma pudesse se casar. Perguntei qual era o motivo que a levava a casar a filha tão criança. Disse-me que a filha tinha tido relação com o namorado e tinha que casar. Perguntei se a filha estava grávida, respondeu que não. Tentei todos os argumentos possíveis para que ela desistisse da idéia, pois para mim ela estava completamente errada, a filha era uma criança e o casamento dificilmente daria certo. Eu estava certo em relação ao casamento, não deu certo, mas estava errado em relação a vida.

Desta união nasceu uma linda menina. Estava errado em interferir na vida daquela menina. Se tivesse me ouvido, passados quase trinta anos eu não veria passar em frente a minha casa uma moça linda, fruto daquele casamento passeando com uma bela criança fruto do seu casamento. Vendo esta cena uma pergunta fica martelando minha cabeça.

Que direito temos de interferir na vida de outras pessoas?

Se dependesse de mim elas não estariam aqui.

sábado, 15 de outubro de 2011

Carta para Janaina

Quando fisicamente você estava conosco, sempre te disse que se existisse alguém que tivesse direito de ser o dono da Praça da Liberdade, esta pessoa seria você, pois você era a pessoa que mais representava a essência da Praça e de seu nome. Neste curto tempo que passou aqui, você realmente foi a pessoa que soube escolher o caminho a trilhar. Filha de uma das nossas mais tradicionais famílias, soube, desde criança, escolher o que queria da vida. Como bonitense, igual a você, eu também estranho. Sempre te olhei com muita admiração. Como era gostoso ir à praça, como faço quase todos os dias, ficar olhando você e sua família usar o gramado, como se deve usar, o palco da vida. Tnho na memória você com seus malabares, com toda a delicadeza que sempre teve, flutuando por sobre a grama. Vem na lembrança seu namorado correndo descalço atrás do bebê, agarrando-o e rolando no gramado como se fossem um. Tenho ciúmes do gramado, mas vocês tinham direito à ele, pois foi criado para que exercitassem a liberdade. Vocês entenderam realmente para que serve uma praça. Sempre tendo, por ela, o respeito e a delicadeza merecida. Aí veio a proibição: vocês não tinham autorização para comercializar seus produtos no próprio reino, uma bela piada , pois você era nossa única representante no universo hippie.


Com sua partida muito se perdeu. Sua família, seus amigos, a cultura, o teatro perdeu seu porta estandarte, com isto perdeu-se o entusiasmo. Eu perdi, a praça perdeu parte de seu encanto e a liberdade saiu perdendo. Se perdeu alguém que consegue provar para a sociedade o quanto é importante o livre arbítrio. Isto você soube fazer. Fez escolhas que agrediram a vários, mas foi feliz neste curto tempo que aqui esteve e mostrou como foi importante para aqueles que a conheceram. Ao partir, deixou um grande vazio, mas fazer o que? A trupe do chefe estava precisando de você.


Bem, estou escrevendo esta carta para fazer um desabafo. Tenho certeza que de vez em quando você aqui está acompanhando o que eternamente será teu. Como sempre acontece em nossa cidade, estamos perdendo terreno para o modismo e a ignorância. Graças a estas pessoas (não tenho adjetivos para classifica-las) nossa praça que, desde o tempo de nossos avós, se chamava "Da Liberdade", está perdendo o nome. Mesmo quando era um alagado com um campinho de futebol, onde jogaram grandes nomes do nosso futebol, Homero Antunes, Americo Medina, Quito, Cuinha, Lula, os filhos da dona Nita e muitos outros. Agora estas novas personagens, que aqui estão de passagem, não escreveram historia em suas terra de origem e nem tampouco aqui farão. Estão mudando o nome de nossa Praça, confundindo seus novos enfeites com o seu verdadeiro nome. Ao invés de chama-la "Praça da Liberdade", estão chamando de "praça das piraputangas". Hoje escuto esta barbárie na radio, na rua. Dependendo deles, em pouco tempo a Liberdade desaparece. Voltando aos nossos atletas, duvido que estas pessoas que estão mudando o nome de nossa Praça, já ouviram falar seus nomes ou se preocuparam em saber da história de sua nova casa .


Janaina, estou escrevendo para você porque sei que entende o que eu estou sentindo.


Em tempo: a Fernandinha também anda brava.


Está tendo na cidade, caça talentos. Pena você não estar aqui fisicamente para ensinar a esta criançada, como sair da cristaleira e dar seu grande passo de liberdade, soltar o talento trancafiado.


Saudades de um fã.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Para que serve o conhecimento arquivado? Há duas maneiras de ver o conhecimento: o só meu e o coletivo. Tem que ser mostrado, discutido e implantado. Em um país pobre como o nosso, não interessa quanto sacrifício custou o seu conhecimento, ele tem que ser dividido, senão perde o sentido de tê-lo. "


Um velho amigo professor universitário em outras bandas (entre outros inúmeros que tenho) leu um de meus artigos, me abraçou e disse: - pena que o jovem que ler só vai entender quando tiver mais de trinta e cinco anos. Fiquei feliz por ter um pensamento, triste pelo tempo perdido, não meu, mas daqueles que hoje não entendem o que falo ou escrevo.



Lembrando das palavras do sábio professor Adelino, (quem o conhece o trata assim) uma pessoa incrível, resolvi escrever esta matéria. Novamente o tema é o estudar. Sempre irei repetir algumas coisas já escritas.



Também um professor alemão que aqui esteve para fazer um trabalho para seu pós doutorando, passou uns vinte dias comigo. O tema de seu estudo é o trabalho por mim criado: O modelo de gestão, ou Voucher Único. O professor peguntou-me se alguém na cidade entendia o que eu escrevia, até pediu desculpas para fazer a pergunta. Coisa de gente civilizada. Respondi que poucos entendem o que escrevo ou o que falo.



Tudo começou no século passado, na primeira administração do atual prefeito, quando este resolveu doar a melhor área verde da cidade para que uma escola particular, ligada a maçonaria, implantasse no local uma Faculdade. Como sempre, toda a cidade aplaudiu em pé, como sempre eu, que talvez fosse o único contra esta doação, comecei a discutir o assunto, pois estavam doando o pulmão da cidade, uma área de preservação permanente. Aquele é o melhor local para ser feito nosso orquidário, jardim botânico ou horto florestal. Enfim, um local para se fazer uma grande área de lazer para a comunidade, nunca uma escola. Com o agravante que o local está no início da rodovia. Eu sempre fui contra doar esta área. Não é uma área para se construir a faculdade. As pessoas comentavam que eu era contra vir para Bonito uma faculdade. Na gestão seguinte esta doação foi sacramentada.



Em 2.000, quando fui candidato, em meu primeiro comício disse que a prioridade era a educação e que nossa educação era abaixo da média, deficitária. Fui massacrado pelos professores, pois, segundo eles, tínhamos uma educação perfeita e que eu era um grande babaca, metido e etc... Alguns alunos ouviam os comentários e me contavam. Em um debate no salão paroquial alguns estudantes me perguntaram porque eu era contra uma faculdade em Bonito, respondi: "Não sou contra uma faculdade. Fui e sou contra a doação do terreno em questão, e também, nossa comunidade não está preparada para uma faculdade e ainda particular." Expliquei: "Para o bonitense passar no vestibular não é e não era fácil, passar de semestre seria bastante difícil e ainda é. Pagar as mensalidades é praticamente impossível." TUDO O QUE FALEI ACONTECEU! A faculdade fechou. Eu, velho, e você, jovem, perdemos a área mais importante da cidade. Hoje no local funciona uma escola particular que apenas mudou de endereço, nada veio a somar para nossa evolução educacional. Todos perdemos, e muito. Perdemos a área e o tempo também foi perdido. Só quem saiu ganhando foi a maçonaria.



Quando candidato, fui às duas maiores escolas públicas da cidade conversar com os alunos. Cada candidato tinha um dia marcado. No dia marcado para mim não tinha alunos e nem professores para me ouvir. O candidato eleito foi aquele que disse nas duas escolas e cidade afora que todos tinham condição de passar no vestibular, passar de ano e também pagar o curso, pois ele garantia.



Onze anos se passou, as coisas continuam do mesmo jeito. "Pré-primário, ginásio e cientifico" de péssima qualidade (No meu tempo era assim que se falava) formando alunos abaixo da média, despreparados para enfrentar o futuro. Anos perdidos que não se recupera. Estamos fechando a segunda faculdade. Continuo errado, só falo e escrevo besteiras. Em 2.000 os professores e os secundaristas me detestavam. Hoje, vocês universitários. Não vou desistir, tenho esperança que seus filhos entenderão o que falo e escrevo. Quando perguntarem de mim, não mintam, falem a verdade. Não façam o que a cidade faz hoje com a história do Voucher Único.



O motivo que me levou a começar a escrever a primeira matéria deste blog, foi vocês jovens de hoje e os secundaristas de 2.000. o tema da matéria é: "como ter competentes se não sou". Se não sabem e não souberam ensinar, como chamá-los de incompetentes e despreparados? Vocês não gostam de mim. Como já disse, tenho tristeza, pois o que falei há quinze anos é realidade até hoje. Se vocês não acordarem, a realidade de hoje é do amanhã.



Rezem pela minha saúde, pois se eu partir passará mais setenta anos dizendo: - agora temos duas pragas, a do Sinhozinho e a do babaca daquele "TÓ".



Quando a Funlec começou tinha ótimos professores. Um em especial me marcou muito. Além de se transformar em um grande amigo. Este professor fez um comentário muito interessante sobre os alunos de administração: "Eles não sabem nada, mas nunca vi pessoas com tanta vontade de aprender. Eles me emocionam e me motivam a vir toda semana para dar aulas." O motivo desse esforço dos alunos é que o professor era interessante e interessado. Estes são os professores que precisamos, tanto no ensino fundamental, médio e superior, para que nossas escolas não precisem fechar e vocês realmente estejam, preparados para as batalhas do futuro.





domingo, 11 de setembro de 2011

Olho

Olho para cima, vejo luzes

Acende a imaginação

Estrelas guiando meu olhar

Procurando respostas que já tenho

O futuro esta lá

Aqui não nos pertence


Abaixo a cabeça, estou sentado num banco da praça

Olho para a direita, vejo abandono

Jovens vagando pra lugar nenhum

Sempre os mesmos, procurando o que nunca encontrarão

Sem escola, trabalho tampouco alegria


Olho para a esquerda, casais de namorados

Programando um futuro incerto

Serão felizes num mundo que não pertencem

Encontrarão alegria numa terra hostil


Olho para traz, vejo um passado

Todos eram iguais

As castas não existiam

Guetos, só os de Varsóvia

O peão era filho do patrão


Olho para baixo e vejo o que viramos

Transformados em nada

Nos arrastamos, respeito perdemos

Irmãos não somos

Identidade, o que é isto?

Valores, o que são?


Olho para frente, piraputangas

Criadas em curvas perfeitas

Brincando em águas transparentes

Comemorando a conquista do nada

Derrapando para o abismo do tempo perdido.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bonito é estudar 2

Raramente sou ouvido e agora lido.

Escrevi uma matéria, falando sobre o fechamento das nossas tão sonhadas faculdades Funlec, e agora o Campus da Federal. Ninguém leu, é óbvio.

Esta semana, fui entrar em meu blog e na tela do computador estava a tão falada “rede”. Fiquei olhando as postagens de algumas pessoas, 99% sem fundamento. Os comentários e as postagens são dignas de aparecerem no Jô Soares, que não é meu parente. Mas uma me chamou a atenção; A convocação para um ato público para discutir o fechamento do Campus de nossa cidade. Interessante o comentário da maioria dos jovens. O culpado é o poder público, principalmente o prefeito.

Estes jovens que estão usufruindo deste privilégio de ter em Bonito uma faculdade pública. Têm tanta, ou mais, responsabilidade com esta instituição do que os políticos mal falados.

Eles tiveram a oportunidade de estudar como vocês estão tendo?

Qual a participação de vocês para com estes cursos? Estão estudando, são alunos responsáveis? Vocês estão dando retorno à nação com este dinheiro gasto para vocês? Desde o primeiro semestre eu já sabia que não vingariam. Vocês notaram algo de errado? Acredito que não!

Não vi nenhum envolvimento dos Jovens mestres e doutores com a comunidade ou com o trad. Como se dá aula em uma cidade de tal nome no turismo? O corpo docente não conhece o que se propôs a fazer. No segundo vestibular, quando não houve procura por parte de nossos jovens, vocês fizeram alguma coisa?

Sabemos que a educação nunca foi prioridade em nossa comunidade. Ninguém procurou um amigo dizendo a ele da importância de se estudar. Como este Campus é importante para nossa cidade?

Acredito que nestes últimos cinco semestres vocês passaram todo o tempo na rede social, escrevendo e lendo asneiras. "Se ninguém quer estudar não é problema meu!” Este é o pensamento oficial da cidade, só que agora a coisa ficou preta. Sou especialista em Metodologia do Ensino Superior. Assisti às aulas, fiz as provas, tive a honra de ter como professores pessoas fantásticas e principalmente humanas. Só não tenho o diploma, não fiz o Artigo para a conclusão do curso. Fiz para ter conhecimento para discutir educação que é, para mim, uma paixão e também uma grande frustração pelo que sempre vejo em minha cidade. Como nunca me convidariam para dar aula, o diploma não se faz necessário. Quando a Funlec estava para fechar fui chamado na diretoria para tentar apagar o incêndio, junto com o professor Claudio. Fomos a várias escolas conversar com alunos do 3º ano, tentando mostrar a importância do estudo e da faculdade para nossa comunidade, como sempre não fui ouvido. Pergunto a vocês jovens:

Qual o envolvimento destes professores com a comunidade?

Eles estão aqui de passagem esperando serem chamados por campus mais importante ou vieram fazer história?

Eles estão correndo atrás, conversando com os jovens, com nossas mais de cem associações?

O bom professor faz parte da vida da comunidade. Ele também tem compromisso com a sociedade. Vida de professor não é restrita à sala de aula, sua meta é a evolução e o bem estar do homem.

Jovens, me desculpem, enquanto vocês estavam fazendo a unha na sala de aula ou falando ao celular a casa caiu. Vocês, seus professores, seu diretor, nossos políticos e todos nós da comunidade não fizemos nada. Vamos esperar a terceira faculdade. Talvez venha com cursos de Medicina, Engenharia e mais algumas coisas interessantes. Sempre estamos na contramão. Ao invés de fazer um curso gratuito em uma escola federal, nosso jovem faz interativa, particular e paga. Quando se formarem terão aprendido o quê?

Bonito é um grande celeiro para estudo psicológico, sociológico e psiquiátrico.

Jovem, para criar seu pensamento, abra sua mente, não leia somente um autor, não se apaixone por apenas um professor, não leia apenas sobre sua religião, não ouça somente um tipo de música, olhe bastante, ouça muito e crie seu próprio pensamento.

domingo, 28 de agosto de 2011

Bonito, mostra a sua cara


Às vezes não há necessidade de falar, apontar ou comentar, a sociedade fala por si, mas no fundo sentimos uma necessidade imensa de atirar umas farpas, querendo ou não somos humanos, “podemos ser mal de vez em quando”, como disse “Dom Antonio Rooswelt”, velho conhecido de todos.

Quando Lula nomeou Marta Suplicy para o ministério do Turismo, o Brasil chiou. Como nomear uma mulher que não é do ramo ela é sexóloga, não entende nada, talvez eu tenha sido um dos poucos brasileiros que concordou com ele, quem melhor para cuidar desta prostituição que é o turismo do que uma sexóloga. Quando foi nomeado um veterinário para ser nosso secretário de turismo, também aplaudi, para cuidar das antas do nosso turismo, só mesmo um veterinário, pois, agora a radiografia do nosso trade ficou pronta, dificilmente algumas coisas vindas dos nossos empresários de turismo irá me surpreender. Sempre uso um termo “estamos na contramão da história”... Enquanto o Governo Federal gasta milhões combatendo o turismo sexual, o trade do maior ganhador de prêmios do Brasil resolveu juntar em um mesmo lugar as duas correntes da prostituição, a do turismo e a do sexo, hoje a alta sociedade do turismo de Bonito, hoteleiros, donos de atrativos, agências, guias, motoristas etc... Acordaram que o melhor lugar para se reunirem para fazer um sarau seria a zona da cidade, vocês podem me chamar de “filho da puta”, mas não levo minha mãe no sarau, peço desculpas à “dona da casa”, que sempre foi uma pessoa honesta e autêntica, não poderia deixar passar em branco este absurdo, como sentar com vocês para falar do futuro de Bonito, se em nome de um lazer fútil, vocês estão enlameando o nome de minha cidade que com muito sacrifício ajudei a construir, agora entendo porque estamos perdendo a segunda faculdade e vamos perder coisas importantes, como por exemplo, o respeito, coisa que acredito vocês não conhecem, como tudo que falo ou escrevo ninguém lê ou ouve. Gostaria que a mídia nacional tomasse conhecimento desta pequena matéria, para que Bonito finalmente fosse desmascarado, para que pudéssemos começar uma vida nova e decente. Mas aproveitando a oportunidade gostaria de dar algumas sugestões, Vamos transferir para o local já oficial do Sarau, O Comtur, Atratur, Abh, Associação de guias, transporte e outras do gênero. Por favor, não culpem nosso secretário pela burrice de vocês, ou talvez ele faça uma consulta coletiva com todos vocês, ou será que o remédio receitado estava vencido, aí a culpa será realmente dele.

Como gostaria que aquele turista desavisado que vota em Bonito, como melhor destino de EcoTurismo do Brasil, tomasse conhecimento desta barbárie.

Por favor, quero entender, vocês boicotam nosso turismo de pesca que existe e é legal, em nome de um falso ecoturismo, e festejam o turismo sexual, sou muito burro para compreender... Desculpem-me.

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai

Amor e Sabedoria

Hoje é nosso dia, fui com a mãe visitar sua lembrança física, vendo sua foto, com aquele olhar que a tudo cuida, lembranças vieram, fico tentando imaginar de onde você tirou tanto Amor e Sabedoria, pois no imaginário vigente nasceu para o nada. Pobre, perdeu o pai aos nove anos, não teve acesso à educação escolar.

Vendo a Xuxa pregar a não violência contra as crianças, você nunca nos bateu, sempre nos disse que bater é errado, com 15 anos de idade destruí a frente de seu carro comprado com tanto sacrifício, que havia pago cinqüenta bezerros de sobre ano em um carro com mais de cinco anos de uso, você não brigou e tampouco gritou comigo, apenas queria saber se eu estava bem e depois pediu para ser cuidadoso e responsável. Nunca estudou, passou anos de sua vida, se privando, para que pudéssemos estudar, saímos de Bonito, fomos estudar em Curitiba e em Campo Grande, o tempo que estivemos fora pediu para que não trabalhássemos, pois queria todos os filhos em casa nas férias, pois depois de formado acreditava que nós ficaríamos morando fora e ele e nossa mãe ficariam sozinhos, nisso ele estava errado. Todos voltaram formados, mas não trabalhando naquilo que escolhemos estudar, você nunca cobrou de nenhum de nós, porque não trabalhávamos nas nossas profissões escolhidas, nunca ouvimos um comentário sequer, dificuldades atravessadas, dinheiro gasto. Sempre nos respeitou, e o nosso direito do livre arbítrio, escolhemos os nossos caminhos.

Hoje fico vendo o comportamento da maioria dos pais, para com o futuro de seus filhos, praticamente todos eles interferem na escolha de seus filhos para o que querem da vida, tem que fazer Medicina para ganhar dinheiro, Direito, para ser Juiz ou Promotor, ganhar bem que é importante. Criam sonhos e querem que eles realizem, traçam metas e não ouvem os maiores interessados, querem um troféu para mostrar para a sociedade, sou um vencedor meu filho é importante. Desde cedo começa o massacre em casa, sempre falando aos filhos como eles têm que fazer, quais as melhores e mais importantes profissões, tem que ser social e financeiramente importante. “Professor”, Deus me livre, nem pensar, não ganha nada, professor é um profissional frustrado. Pai, graças a Deus você foi feito de outro barro, sempre se preocupou com nossos sonhos e os respeitou, deixando os seus de lado.

Quando fomos construir o Tapera, era piada para toda a cidade menos para você, sempre esteve ao nosso lado, acredito ser esta a função de um pai, espero conseguir esta graça, o sonho que você tinha de nos dar educação e uma vida melhor... Você conseguiu!

Com você aprendi que Amor e Sabedoria não se aprendem na escola, são valores que nascem no coração energizado pela alma.

Para mim você teve apena um erro, não sou forte como você pensavam sou fraco como todo ser humano.

Pai.


sábado, 13 de agosto de 2011

Praça da Liberdade.

Ilha de esperança

Cerco da vergonha humana

Praça da liberdade

Lute pela sua essência

Não percamos a esperança


Ao Norte o Banco do Brasil

Que não é dos brasileiros

Tem que ter dinheiro e crédito

Se não tens estes requisitos, não é teu.

Fazemos parte da maioria.

Não é nosso.


Ao Oeste um templo

Onde Deus vem para te dar

Dinheiro, saúde e felicidade

Mas tem que pagar.


Ao Sul a Caixa Econômica Federal

Escondida atrás de uma casa de apostas

Onde todos nós oprimidos e derrotados

Vamos atrás do milagre da sorte

Todos os dias apostamos nossas esperanças

Sempre os mesmos ansiosamente esperam o resultado

Pois aí serão recebidos de braços abertos no Banco do Brasil


Ao Leste, outro templo

Onde se prega a humildade e o amor

Pois, assim, ganharemos a vida eterna

Não é preciso pagar, já sugaram muito

Seus lideres vivem em palácios

Pregando a humildade e o desprendimento material


Bancos e Igrejas

As maiores invenções comerciais do homem

Estão cercando o templo da liberdade


A Praça da Liberdade

Ainda resiste para que possamos sonhar.


“A praça é do povo assim como o céu é do condor”

Castro Alves.

sábado, 6 de agosto de 2011

Dólar Baixo – Novos Destinos

Julho acabou nossa temporada foi um grande fracasso, fomos salvos pelo Festival de Inverno. Todo mês de julho para muitos foi o equivalente a um bom carnaval.

Estamos ano a ano mostrando nossa incapacidade para administrar o destino da famosa “cidade referência”.

Nós sabemos o que turismo?

Nossa administração pública conhece turismo?

Temos noção do nosso potencial, da grandeza de Bonito, da nossa importância em nível de Brasil?

Se temos, não respeitamos e tão pouco sabemos trabalhar. Nós não vivemos da venda de um grande destino e sim da compra, não vendemos Bonito, somos comprados pelo turista que tem interesse em nos conhecer. Temos empresas que batem no peito dizendo: _”Eu vendo mais que os outros”. A cidade bate palmas e todos se hipnotizam com a própria mediocridade. O que estas empresas fazem é usar a lei de Gerson e serem mais espertos que os outros e investem na tão famosa e salvadora “rede” usando meios de quando o comprador clicar Bonito sua empresa aparece primeiro. Para todos, isto é muito importante, para mim é chover no molhado. Quero ver a empresa atiçar a curiosidade dos além do rio Paraná e fazer com que eles procurem Bonito, isto sim é saber vender, ser importante para a comunidade. Quando este aparecer deverá realmente ser respeitado como uma pessoa importante, um empresário competente, com selo de qualidade.

Há alguns anos começaram a aparecer na cidade alguns empresários inteligentes, bons de bico, com promessas milagrosas. Começaram a cobrar de nossos ambiciosos hoteleiros comissões exorbitantes para serem os bons parceiros. Já imaginaram o que é entregar a um “parceiro” 30% da sua venda bruta e sem imposto. Vendo e ouvindo estes acontecimentos disse aos amigos Henrique e Luis Carlos que está história não daria certo. Vendo estes agenciadores cobrando 30%, as outras empresas da cidade também se sentiram no direito de fazer o mesmo, em curto prazo seria benefício para alguns e desonesto para com o turista, a médio e longo prazo seria desastroso para a cidade. Para pagar 30% para os sanguessugas você tem que tirar este valor de alguém, sim o tão escasso turista. Já temos hotelaria cara, sem a qualidade e infra-estrutura cobrada, Estamos pagando o ônus desta barbárie, nossa queda não é dólar ou novos destinos e sim desonestidade, incompetência e falta de qualidade.

Dólar Baixo – Novos Destinos

Julho acabou nossa temporada foi um grande fracasso, fomos salvos pelo Festival de Inverno. Todo mês de julho para muitos foi o equivalente a um bom carnaval.

Estamos ano a ano mostrando nossa incapacidade para administrar o destino da famosa “cidade referência”.

Nós sabemos o que turismo?

Nossa administração pública conhece turismo?

Temos noção do nosso potencial, da grandeza de Bonito, da nossa importância em nível de Brasil?

Se temos, não respeitamos e tão pouco sabemos trabalhar. Nós não vivemos da venda de um grande destino e sim da compra, não vendemos Bonito, somos comprados pelo turista que tem interesse em nos conhecer. Temos empresas que batem no peito dizendo: _”Eu vendo mais que os outros”. A cidade bate palmas e todos se hipnotizam com a própria mediocridade. O que estas empresas fazem é usar a lei de Gerson e serem mais espertos que os outros e investem na tão famosa e salvadora “rede” usando meios de quando o comprador clicar Bonito sua empresa aparece primeiro. Para todos, isto é muito importante, para mim é chover no molhado. Quero ver a empresa atiçar a curiosidade dos além do rio Paraná e fazer com que eles procurem Bonito, isto sim é saber vender, ser importante para a comunidade. Quando este aparecer deverá realmente ser respeitado como uma pessoa importante, um empresário competente, com selo de qualidade.

Há alguns anos começaram a aparecer na cidade alguns empresários inteligentes, bons de bico, com promessas milagrosas. Começaram a cobrar de nossos ambiciosos hoteleiros comissões exorbitantes para serem os bons parceiros. Já imaginaram o que é entregar a um “parceiro” 30% da sua venda bruta e sem imposto. Vendo e ouvindo estes acontecimentos disse aos amigos Henrique e Luis Carlos que está história não daria certo. Vendo estes agenciadores cobrando 30%, as outras empresas da cidade também se sentiram no direito de fazer o mesmo, em curto prazo seria benefício para alguns e desonesto para com o turista, a médio e longo prazo seria desastroso para a cidade. Para pagar 30% para os sanguessugas você tem que tirar este valor de alguém, sim o tão escasso turista. Já temos hotelaria cara, sem a qualidade e infra-estrutura cobrada, Estamos pagando o ônus desta barbárie, nossa queda não é dólar ou novos destinos e sim desonestidade, incompetência e falta de qualidade.

sábado, 16 de julho de 2011

Tenho Inveja

Hoje meu último filho está indo embora de casa, vai estudar fora. Sempre disse aos turistas que diziam que maravilha morar em Bonito, que bom é morar em um local em que os filhos se formam dentro de casa, cumprem seus ciclos escolares morando contigo, que inveja.
Todos foram embora. Cada partida, cada primeira vez, é uma dor, não no coração, mas sim na alma. Sinto-me frustrado, impotente, incompetente, quanta coisa perdi em todos estes anos morando conosco? Quanto tempo perdi de suas companhias? Nasceram, cresceram e foram embora. E eu, o que fiz em todos estes anos? Trabalhei dia e noite! Fomos poucas vezes ao Balneário, tiramos uma férias, nestes anos não conseguimos fazer o circuito Bonito de turismo de natureza. Tempo passado, tempo perdido. Praticamente todos esses anos estivemos juntos, morando em cima do trabalho, conviver sem viver. Tive oportunidades de escolher o caminho a percorrer, vários, escolhi o que sempre foi o melhor pra mim; mas o pior para minha família, hoje sou um profissional realizado, faço o que amo, mas não me realizei como pai e marido. Não estou e não estive com meus filhos como gostaria, e não estou com minha esposa quando mais precisa de mim. Não conheço seus médicos, nunca estive ao seu lado nestes momentos.

Tenho inveja de meu pai, durante todos os anos que passamos aqui, antes de sairmos para estudar, ele esteve sempre presente, não nos ensinou a jogar futebol e nem a andar de bicicleta, ele odiava, mas caçamos e pescamos juntos durante todos estes anos, sempre foi o grande companheiro, praticamente toda a década de 60 minha mãe passou doente, sempre tinha que ir a Campo Grande, ele sempre estava presente.

Hoje fico imaginando como era sua vida, a maneira que superava as dificuldades.
Tenho inveja e saudades do meu herói.
*Ele cursou até o 3º ano primário, não era doutor como eu.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Respeitem o que temos


Nosso poço não tem fundo, sempre vamos estar caindo, sonhando com uma asa mágica para nos salvar, como sou uma pessoa não muito interessante para participar das discussões da cidade, falo através deste blog, tomo conhecimento dos nossos problemas através de amigos que desabafam comigo. Agora estou sabendo que estamos na eminência de perdermos o escritório regional do SEBRAE, para nossa vizinha Jardim, políticos e empresários vizinhos querem nosso escritório, há vários meses estão se movimentando para que aconteça a mudança.

Pelas informações que tenho, nem nossos políticos e muito menos nossos empresários estão preocupados com esta mudança.

Novamente faço a mesma pergunta. Onde estão as nossas tão faladas e famosas associações de classe? Pra que servem?

Há muitos anos tenho em minha cabeça o esboço de um livro, o titulo é “O Catador de Guavira”, é sobre a vida de pessoas que estão a procura do que já tem e não valorizam.

Bonito é o eterno catador.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Vamos tirar as mãos do bolso

Vamos estender as mãos

Obrigado Janico.

Hoje está fazendo um mês que uma pessoa muito especial nos deixou, há mais de sessenta anos, ele acolheu em sua vida um primo pobre e semi-analfabeto. Inicialmente o colocou para trabalhar como peão, cuidando de seu rebanho de gado aqui e algumas viagens ao pantanal do Nabileque, com o passar do tempo, vendo a dedicação e responsabilidade de seu funcionário, trouxe-o para trabalhar em seu cartório, ensinando-o nos ofícios. Passado alguns anos casou-se com uma moça da cidade, resolveu estudar. Foi fazer odontologia em Curitiba no inicio dos anos cinqüenta, deixando em seu lugar como cartorário aquele seu aprendiz, antigo peão, com um apelido estranho,

Zarico, talvez para rimar com Janico. Algum tempo se passou e vendeu ao seu substituto o imóvel onde funcionava o cartório em suaves prestações e anos para se pagar, local onde se escreveu uma bela história de Bonito, hoje este imóvel é de um de seus filhos.

Com o passar dos anos este aprendiz, provou que nós só precisamos de oportunidade, uma mão estendida para nos apoiarmos. Com este gesto, teve força para escrever sua história de muito respeito e dignidade, teve durante sua vida profissional e também tem após sua morte, o respeito e admiração de todos que o conheceram. Pagou esta conta com seu mestre fazendo o mesmo com outros jovens, só o sacaneou uma vez na vida, quando o convidou para ser meu padrinho.

Com este gesto há mais de sessenta anos, Janico mudou a vida de um jovem e em conseqüência de sua família que viria a constituir, este jovem cartorário fez por merecer, transformou seu trabalho em um dos mais respeitados dentre os seus, lutou décadas para criar e formar seus filhos, estes filhos ajudaram a transformar Bonito no que é hoje, nada se perde quando se faz com o coração.

Dr. Janes Monteiro Leite, nós te amamos e sempre nos lembraremos de você com muito carinho, acreditamos que chegamos a onde estamos pelo trabalho, carinho, amor e preocupação com a educação que nossos pais sempre tiveram. Mas não esquecemos que a porta aberta em que eles entraram neste novo mundo foi aberta por você.

Sempre acreditei que, esta mão estendida ao Zarico é a mão que sempre tem que estar esperando alguém que precisa. Todo ser humano tem dentro de si uma força muito grande, mas na maioria das vezes esta energia precisa de alguém para fazê-la fluir e descobrirmos nosso potencial.

Precisamos de alguém que acredite na gente, esta é a força que abre as portas da vida.

Dois grandes filhos da....,, Janico e Zarico, que saudade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta para Iara - 1ª parte

Compromisso com a vida

Está presente em minha memória o primeiro dia de aula do primeiro ano do ensino fundamental, no meu tempo: primário, de minha filha mais velha. Lembro do cabelo vermelho no sol, a tradicional blusinha amarela da Sagrada Família e ela feliz da vida com o novo começo.

Mal sabia que este é o pior dia da vida do homem “dito civilizado”, pois é o dia em que se assina um compromisso eterno com a vida. Neste instante uma tristeza tomou conta de mim, pois a minha filha estaria perdendo a liberdade a partir do momento que entrasse na sala de aula.

Deste momento em diante, o homem perde sua individualidade e passa a fazer obrigatoriamente parte do coletivo, o eu quero passa a ser, nós queremos. Na sociedade moderna, as crianças estão perdendo esta liberdade bem antes. Os pais precisam de filhos vencedores e, então, fazem os filhos assinarem este contrato às vezes com menos de quatro anos de idade.

Você assinou com seis, e eu tive mais sorte, assinei com sete pra oito anos. Foi-se o tempo em que até aos sete anos você era o dono da própria vida e tinha o direito de escolher: “Hoje não vou à aula!” "tô com dodói!”, "eu não quero levantar!", "não vou fazer tarefa!" e etc.

A partir desta data, do primeiro dia do primeiro ano, tudo muda:

· Tem que acordar cedo

· Fazer tarefa.

E ainda:

· Dor de barriga é mentira;

· Preguiça é coisa de vagabundo;

Perde-se a inocência da criança e começa a caminhada para o mundo adulto.

sábado, 4 de junho de 2011

Bonito é a educação

Agora, dia dez de junho é o último dia para inscrição do ENEM “meio do ano”. Olhando este descaso que Bonito tem com a educação, lembrando que perdemos uma faculdade particular e agora estamos perdendo uma pública, com cursos presenciais, simplesmente porque nossas lideranças não enxergam a importância da educação. Quando falo lideranças, não só estou falando da política, como da sociedade como um todo. Um dia um amigo falou para mim que Bonito era campeão mundial do “em cima do muro”, aqui nada é responsabilidade de ninguém, só do “prefeito”.

Vendo este desrespeito com a educação, uma escola pública importantíssima para qualquer cidade deste país, aqui não é interessante, nossa comunidade é pobre, carente, sem ter o conhecimento da importância da educação para seus filhos. Será que não teríamos a obrigação de olhar por eles? – Nós que tivemos privilégios.

Qual a importância deste campus para:

· Associação Comercial;

· Sindicato Rural;

· COMTUR;

· Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

· ATRATUR;

· Sindicato dos Servidores Públicos;

· Secretaria de Educação e todas as cem associações existentes na cidade.

Ou nossa comunidade está tão avançada no que se diz respeito à educação que estas faculdades e este campus não são necessários em nossa sociedade?

Todo dia fico sentado em frente a minha casa vendo jovens descerem e subirem a Pilad Rebuá, Olhando-os, vejo que não vão à lugar nenhum, pois não terão acesso a educação e conseqüentemente ao mercado de trabalho. Será que ninguém tem nada a ver com isto?

Será que já não é hora da sociedade vestir a camisa do futuro e não deixar acabar com os cursos presenciais, procurando estes jovens que concluíram o ensino médio ou estão concluindo. Provar a eles a importância destes cursos, levá-los a fazer o Enem no final do ano e aproveitar esta oportunidade que eles e a cidade têm.

A sociedade tem que perder esta história de “não é problema meu”, o nosso futuro é sim problema de todos, como vamos ter uma vida melhor, ter um futuro se não o queremos para nossos irmãos? Continuar uma sociedade de guetos. Vamos perder mais uma faculdade, só vamos acreditar na educação quando estivermos sonhando com a terceira, aí vamos dar valor? – Só que esta terceira nunca virá!

Vamos reagir, exigir nosso direito de cidadão, vamos procurar os jovens, mostrar que estes cursos existentes são importantes para eles e para a comunidade. Manter os cursos presenciais, pois estes são os mais importantes para todos. Com uma boa educação teríamos condições de atrair jovens de outros lugares do Brasil, transformar também esta unidade educacional em fonte de renda para o município. Cada aluno que vier fazer curso presencial deixará no mínimo R$800,00 por mês em nossa economia. Quanto melhor for o nível de nossos cursos presenciais, mais importante será para nossa economia.

Vamos tirar os olhos do chão, olhar para frente e construir a cidade que sonhamos.

Bonito sempre será uma cidade de expectativas, sonhamos com algo, concretizamos, abandonamos e partimos para a próxima.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Festival de Verão de Bonito Ou Rock em Bonito


Em todos estes anos de turismo vejo a temporada de verão acabar lá pelos dias 15 a 20 de janeiro, para praticamente todos os empreendimentos da cidade, alguns felizardos mantém o movimento até o final de janeiro. São poucos, mas expressivos na formação de opinião.

Não estou pensando neles, mas sim, no resto da comunidade que cria sempre a mesma expectativa. A temporada acaba e foi mais um sonho, consegue-se apenas pagar as contas do ano anterior. Não sobra para pequenos investimentos, como reforma básica, compra de equipamentos ou troca, imagine se sobra para aquelas férias nunca tirada.

Para completar a temporada, temos um vazio de 15 dias, que poderíamos criar uma atração para o sul matogrossense e vizinhos de São Paulo e Paraná, este público que sempre lembro é o jovem, pois ainda estão de férias e nas casas dos pais neste nosso interior, com todos os seus hormônios a flor da pele esperando algo para fazer. O interiorano quando vai a praia no verão, normalmente os dias escolhidos são entre o Natal e meados de janeiro, pois é nesta época que todas as tribos lá estão.

Há muitos anos venho comentando com amigos a necessidade de fazermos no final de janeiro, um bom festival de Rock para termos todo este público em nossa cidade pelo menos por uma semana e a única maneira de atraí-los é com um bom rock. Uma semana de festival equivaleria a dois carnavais e a sociedade comercial da cidade tem como fazer este evento, basta se unirem que teremos força para fazer. A própria sociedade pode bancar este custo, se tiverem interesse, a fórmula será discutida em reuniões com o trade, caso queiram, é muita conversa para caber nesta matéria.

domingo, 29 de maio de 2011

Festival de Inverno

Dificilmente concordo com alguma coisa. Quem convive comigo sabe que sou bastante crítico e exigente. Desde o primeiro comentário de que teríamos um festival de inverno acreditei muito que daria certo e traria bons resultados para a cidade.
Nos primeiros anos sempre discordei com os organizadores a respeito da data escolhida e a intenção de público a ser atraído. Nunca acreditei que seria um grande festival nacional, mas um grande evento regional, com grande procura pelo estado e vizinhos de São Paulo e Paraná. Mudou os organizadores, mudou o perfil do festival, sendo esta mudança muito bem recebida pelo público de nosso estado. Continuo discordando da data. Vendo a nossa temporada de inverno sempre começando depois do dia 10 de julho, acredito que o festival deveria ser feito nos primeiros dez dias de julho.     Vou explicar por que.
No máximo dia 27 de junho, todas as instituições de ensino particulares de nosso estado já estão de férias. Escolas de 1º, 2º e 3º graus. Todo um público de grande poder aquisitivo que não tem motivação pra vir à Bonito no inverno. Juntos a estes alunos e pais temos também milhares de professores. Consumidores importantíssimos. As aulas recomeçam antes do final de julho, este grande público raramente coloca Bonito como seu destino de férias de inverno.
Noto que todos estes anos as crianças da zona rural não participam do festival, pois as escolas não estão funcionando. Nos primeiros anos do festival a revista “ISTO É” esteve aqui fazendo cobertura do evento e o jornalista que escreveu a matéria fez um comentário importante sobre os eventos diurnos direcionados as crianças e seus pais. Estas eram programações que poderiam retornar, pois são muito importantes para todas as nossas crianças. Também seria um grande motivador da vinda de famílias com crianças, seus lazeres seriam gratuitos e na cidade. Teremos a presença de um grande público nestes espetáculos. Seriam muito importantes para a conquista de mais patrocinadores.
Temos hoje em nossa cidade um nível educacional muito baixo, tudo bem, estamos na média brasileira, quase último colocado no ranking mundial. Podemos usar o festival para começarmos uma mudança. Atualmente, durante o festival, acontecem palestras importantes, mas com pouco público. Vamos trazer temas importantes para a qualificação e crescimentos dos nossos professores. Para as escolas públicas, a semana do festival seria inserida como aula extracurricular. Com a presença de nossos professores, mais pessoas da comunidade e turistas interessados, nossos palestrantes seriam mais valorizados e nós ganharíamos. Todos os temas apresentados são importantes para a educação.
Tenho três amigas em Campo Grande que vem à Bonito desde o primeiro festival e ficam na cidade vários dias. Duas são professoras universitárias e todos estes anos os colegas ficam só na vontade. Não podem vir, estão em aula. Elas conseguem substitutas, mas todos gostariam de estarem aqui.
Se mudarmos a data, mudaríamos a cidade e julho seria realmente um mês espetacular. As crianças e a educação sairiam ganhando, os patrocinadores felizes. Em nada atrapalharia a organização e o nome do festival.