Em 2000 fui candidato a prefeito, novo milênio , novos sonhos.
Como já disse anteriormente, sou o primeiro bonitense nascido e criado aqui que volta formado, o Hérico veio antes de mim, mas se criou em Campo Grande. Minha preocupação sempre foi com o desprezo que a cidade tem com a educação, não temos hoje nenhum bonitense fazendo uma universidade publica com certa dificuldade de acesso. Mas, voltando a 2000, descobri uma realidade que muito me assustou, chamei de síndrome da quinta serie, pois em praticamente em todos os lugares em que chegava e tinha um jovem de até 20 anos e eu perguntava: Você estuda? A resposta era não. Parou em que série? - Na quinta - respondiam eles.
Passados dez anos, continuo preocupado com rumo tomado pela nossa cidade, vejo que o estudar não tem valor para a atual administração e nem nunca teve. Como a comunidade poderia ter se não tem exemplo a ser seguido? Observando e tentando entender, acredito ter chegado a uma triste conclusão, olhando nossa cidade, e tendo por base, principalmente, os empresários de turismo e os salários pagos aos trabalhadores. Não vejo um motivador para o estudo. Sem bons salários e oportunidade de crescimento, qual o motivo do excluído se dedicar ao estudo? Tivemos uma faculdade que fechou. Nela havia dois cursos interessantes para a cidade, mas não houve procura pelos nossos jovens. Temos agora uma universidade publica, com os mesmos dois cursos, Turismo e Administração, novamente há desmotivação por parte dos jovens e falta de engajamento do poder publico municipal e da comunidade, que não consegue enxergar a importância da vinda desta Universidade para nossa cidade.
Imagino que eles estão fazendo sempre a mesma pergunta: Vale a pena estudar? Estudar para, depois de vários anos perdidos em uma escola, ganhar o mesmo salário que meus pais, que não estudaram, estão ganhando? Como esperar mudanças em uma sociedade onde o ser humano não tem nenhum valor, não é visto e nem respeitado? Uma cidade formada por guetos de pseudos importantes que não se inserem na comunidade por acharem que este povo não serve nem pra trabalhar e estudar e nunca vão ser nada?
Estava conversando com um funcionário que está terminando o ensino médio, e ele me disse que não fez vestibular ou Enem. Quando perguntei o por que ele disse que foi por total falta de informação, pois ninguém comentou com ele, sobre a importância de termos em Bonito uma universidade pública, gratuita, e como seria importante a participação destes jovens inseridos nesta universidade.
O que é normal para você que teve um berço diferente? Isto é, sua família, seus pais e os pais de seus amigos sempre priorizaram a educação. Para esta comunidade as margens das informações deste novo Brasil, a educação não é prioridade. Se nós, que fomos abençoados em nascermos nessas famílias, em que a evolução é a meta do ser humano, não fizermos nada, mudança nenhuma acontecerá.
Olá Tó!
ResponderExcluirParabéns pelo post!!!
Eu sempre acreditei na educação...graças em princípio a D. Nilce! Tenho plena consciência que chegeui onde estou porque sempre busquei me educar e auferir conhecimentos pensando em ter uma vida melhor, de mais qualidade, com mais consciência e respeito a tudo que está no meu entorno.
É absolutamente decepcionante ver pessoas, sejam elas quem forem, não valorizarem a educação. Nunca construiremos um país com desenvolvimento (no real sentido da expressão) se não investirmos e valorizarmos a educação!
Abraços!