domingo, 29 de maio de 2011

Festival de Inverno

Dificilmente concordo com alguma coisa. Quem convive comigo sabe que sou bastante crítico e exigente. Desde o primeiro comentário de que teríamos um festival de inverno acreditei muito que daria certo e traria bons resultados para a cidade.
Nos primeiros anos sempre discordei com os organizadores a respeito da data escolhida e a intenção de público a ser atraído. Nunca acreditei que seria um grande festival nacional, mas um grande evento regional, com grande procura pelo estado e vizinhos de São Paulo e Paraná. Mudou os organizadores, mudou o perfil do festival, sendo esta mudança muito bem recebida pelo público de nosso estado. Continuo discordando da data. Vendo a nossa temporada de inverno sempre começando depois do dia 10 de julho, acredito que o festival deveria ser feito nos primeiros dez dias de julho.     Vou explicar por que.
No máximo dia 27 de junho, todas as instituições de ensino particulares de nosso estado já estão de férias. Escolas de 1º, 2º e 3º graus. Todo um público de grande poder aquisitivo que não tem motivação pra vir à Bonito no inverno. Juntos a estes alunos e pais temos também milhares de professores. Consumidores importantíssimos. As aulas recomeçam antes do final de julho, este grande público raramente coloca Bonito como seu destino de férias de inverno.
Noto que todos estes anos as crianças da zona rural não participam do festival, pois as escolas não estão funcionando. Nos primeiros anos do festival a revista “ISTO É” esteve aqui fazendo cobertura do evento e o jornalista que escreveu a matéria fez um comentário importante sobre os eventos diurnos direcionados as crianças e seus pais. Estas eram programações que poderiam retornar, pois são muito importantes para todas as nossas crianças. Também seria um grande motivador da vinda de famílias com crianças, seus lazeres seriam gratuitos e na cidade. Teremos a presença de um grande público nestes espetáculos. Seriam muito importantes para a conquista de mais patrocinadores.
Temos hoje em nossa cidade um nível educacional muito baixo, tudo bem, estamos na média brasileira, quase último colocado no ranking mundial. Podemos usar o festival para começarmos uma mudança. Atualmente, durante o festival, acontecem palestras importantes, mas com pouco público. Vamos trazer temas importantes para a qualificação e crescimentos dos nossos professores. Para as escolas públicas, a semana do festival seria inserida como aula extracurricular. Com a presença de nossos professores, mais pessoas da comunidade e turistas interessados, nossos palestrantes seriam mais valorizados e nós ganharíamos. Todos os temas apresentados são importantes para a educação.
Tenho três amigas em Campo Grande que vem à Bonito desde o primeiro festival e ficam na cidade vários dias. Duas são professoras universitárias e todos estes anos os colegas ficam só na vontade. Não podem vir, estão em aula. Elas conseguem substitutas, mas todos gostariam de estarem aqui.
Se mudarmos a data, mudaríamos a cidade e julho seria realmente um mês espetacular. As crianças e a educação sairiam ganhando, os patrocinadores felizes. Em nada atrapalharia a organização e o nome do festival.

sábado, 28 de maio de 2011

Nós não somos nada

Não somos ninguém

Destes dez mil anos

Somos um relâmpago

Na existência do homem na terra


Estamos de passagem

Não temos direito algum

Por que destruir a vida

Se ela não nos pertence


Que direito eu tenho

De pensar que eu posso

Interferir no planeta

Se eu vou usar menos de um centésimo

Do tempo que o homem aqui esta


Não somos donos de nada

Estamos de passagem

Só posso deixar no livro da vida do homem

Uma pequena linha escrita

Do que eu fiz para que a harmonia

Não fosse quebrada.

Meu amigo

Meu irmão

Não saímos do mesmo ventre

Mas nascemos do coração


Sangue é muito forte

Traz consigo perpetuação

Mas nem sempre cria

Amor e gratidão


Ter um amigo irmão

É conquista e realização

Poucas pessoas conseguem

Tal graça e satisfação


Um coração de amizade, carinho e compreensão

Respeito, desacertos recheados com discussão

Mas afinal é briga de irmão


Conseguimos apesar da distância

Criar laços fraternais

O respeito e admiração

Passa pela alma e chega ao coração.


Para João Francisco Leite Vieira.