domingo, 28 de novembro de 2010

Melhor destino de Ecoturismo

Pelo 9º ano consecutivo, meu filho "modelo de gestão", bonito termo, ganhou o prêmio de melhor destino de ecoturismo do Brasil, todos estão muito felizes, como sempre sou do contra... Estou triste.

Não vejo em minha cidade o significado real de ecoturismo, palavra bonita e com grande apelo social.

Como sempre digo: "por fora bela viola, por dentro pão bolorento" ou "pra inglês ver", não sei a origem destes termos, mas sempre escutei.

Onde está o ecoturismo em Bonito?

O turista quando vota tem noção do significado?

Esteve aqui ou ouviu falar, conheceu nossa história, nosso povo, nossa vida ou só filét com fritas?

O pior turista do mundo é o do filét com fritas, pois não serve de referência.

Com uma cidade em que o jovem não tem motivação para estudar, o nativo está jogando as margens do acontecimento, não participa do bolo do turismo. A cultura, a história e o povo são marginalizados pelo empresariado, onde está o ecoturismo, onde está inserido, em todo este movimento o “Bonitense”?

Para mim, nessa grande ignorância que tenho, nós temos um turismo de contemplação de natureza que é outra coisa. Este prêmio só nos atrapalha, uma vez até que seria aceitável agora nove é demais, cada ano recebido, a cidade fica mais burra e arrogante.

Há mais de uma década que estamos parados no tempo, temos sim atrativos maravilhosos e bem estruturados, mas não temos na cidade estrutura pra receber um tipo de turista que faz a diferença em um destino turístico. O turista de alto nível de consumo nenhum é melhor que o outro, nenhuma classe social é melhor que a outra, mas no turismo precisamos de pessoas de um padrão alto de consumo e exigências, para conseguimos atingir um padrão de qualidade que acaba trazendo benefícios a todos os consumidores.

Por que será que nós não decolamos para o mundo? – O que temos de atrativo é único, nossa estrutura é ultrapassada, nosso trabalho é medíocre, nosso povo é abandonado, vivem de subemprego, baixos salários e ainda ganhamos "PRÊMIO".

Parem pra pensar.

Tenho filhos, de todos os jeitos: de sangue, do coração "são muitos" e imaterial. Agora vou falar de outro filho tão importante ou mais que o voucher único, o Festival da Guavira.

Estou triste, pois sempre “prêmios” e nunca “críticas” e isto atrapalha a evolução.

Estou triste porque o Festival da Guavira e todo seu projeto de desenvolvimento sustentável que colocaria Bonito no rumo do ecoturismo estão sendo destruído por não ter apelo de marketing fora da nossa fronteira para a mentalidade atual não tem nenhum valor, somente despesa. É festa pra pobre!

Eu vejo pessoas de minha infância passando pela Pilad Rebuá como estrangeiros, pois hoje eles são desconhecidos, não estão inseridos na nova vida de sua cidade. Uma grande exclusão social ganhando prêmio nacional.

domingo, 14 de novembro de 2010

Festival da Guavira

Por muitos anos tive um sonho, criar em nossa cidade um motivador social, algo que congregasse todo bonitense sob a mesma bandeira, um interesse comum. Sempre observei que o mesmo estava ficando as margens dos acontecimentos da comunidade, um produto de enganjamento comunitário, um resgate da cultura e da história, um fixador do homem em sua origem.
Independente das brincadeiras, do desprezo de algumas pessoas "pseudamente importantes" e graças ao apoio do então governador Zeca do PT, o Festival da Guavira saiu do sonho, tornando-se realidade. O Festival não nasceu apenas pra ser um "SOM" na praça e "COMER" algumas guaviras. Ele seria e um dia vai ser um grande projeto de desenvolvimento sustentável. Mas só quando for levado a sério.
Foi criado, assim como o Voucher Único, para ser muito importante e trazer benefícios para a sociedade, os dois nunca foram bem explicados, pois o criador nunca é ouvido.
O Festival tem vários itens a serem conquistados, alguns já foram. Vejam:
  1. Participação e enganjamento de toda comunidade bonitense, a integração da comunidade a festa e a identificação de que foi criada pra eles, este tópico foi alcançado, " o Festival da Guavira é a festa do bonitense".
  2. Valorização e preservação dos guavirais, este está sendo conquistado. Já existe uma grande conscientização do proprietário rural da importância dos guavirais.
  3. Divulgação e resgate da cultura sulmatogrossense sendo a música com seus poetas maravilhosos, a grande âncora da cultura. Estamos engatinhando, poderíamos divulgar nossos cantores através de Bonito, Caruarí no Pernambuco faz isso.
  4. A guavira normalmente produz em terra pobre, areia, cascalho e terras de pouco valor. Hoje existe mais em pequenas e médias propriedades, tendo um trabalho comercial, o extrativismo seguraria o pequeno proprietário em sua propriedade, pois a fruta explorada teria um bom valor comercial, hoje sem industrialização a guavira já dá retorno, mais que o boi e o soja.
  5. Criar pequenas cooperativas de donas de casa para a industrialização da guavira e outros produtos, o ex projeto Pé da Serra, no assentamento Santa Lúcia, mas com apoio sério do trade e do poder público para a confecção, divulgação, consumo e venda.
  6. Criar um selo para produtos produzidos em Bonito, pois temos um nome reconhecido internacionalmente, tudo que produzirmos tendo um "Selo de Bonito" será vendido.
  7. Criar um evento que traria turistas a nossa cidade mantendo a comunidade trabalhando, novembro todo e parte de dezembro, época de pouco movimento.
  8. Motivar a comunidade a resgatar sua história, sua gastronomia, sua vida esquecida.
  9. Integrar o trade a comunidade, a alta sociedade ao povão, nestes anos de festival vou a praça pra ver quem está junto ao povo, nunca vejo nenhum hoteleiro a não ser o Afonsinho, dono de agência só o Juca e a Mariazinha. Pra grande maioria dos importantes, nossa cultura, nossa história não tem valor. Uma cidade turística onde a sua história não tem valor. "Vão reclamar do que pra quem!".
  10. Gerar renda extra, tendo industrialização da guavira, um catador ganha mais de R$80,00 por dia, estas pessoas são desempregados da nossa comunidade.
Muitas mudanças importantes para a nossa comunidade, estão sendo disperdiçadas por falta de interesse das pessoas responsáveis pela cidade.
A cidade não é de responsabilidade apenas do poder público, mas também de todos os munícipes, pois é onde ele vive.
Não deixe o que é importante e já existe acabar.

Só conhece a miséria quem a teve como parteira

Nestes oito anos de Lula, muito tenho ouvido sobre os programas sociais de seu governo, os termos sempre são os mesmos: “ajudando vagabundo”, “induzindo a preguiça”, “pobre nunca quis trabalhar” e outros adjetivos carinhosos de quem conhece a vida.

Tivemos oito anos, também de administração de um governo socialista, mas de academias. Pessoas nascidas em berço esplêndido que só conheciam a miséria através de literatura e pesquisa de alguns acadêmicos.

O que é miséria para os bens nascidos, trocar picanha por maminha, camarão por merluza ou Chanel por Natura?

Às vezes fico a pensar como as pessoas que não a conhecem a imaginam. Ela existe em poucos lugares do Sul e Sudeste, bastante no Centro-Oeste e muito no Norte e Nordeste do país.

Todos os comentários que ouvi nestes últimos anos partiram de pessoas sem nenhum conhecimento de amor, solidariedade e fraternidade. Por pessoas que, se não fosse do seu círculo de convivência ou interesses, tudo que é feito fora de seu universo não tem nenhum valor ou importância, dinheiro e tempo jogado fora.

Sempre acreditei que somente uma pessoa saída da miséria, com todos os sofrimentos que ela conhece, trazendo consigo a esperança de mudanças e muito amor para realizá-los, conseguiria quebrar os grilhões do impossível, mostrando que com pequenos projetos sociais, atingiria todos aqueles que sempre orbitaram as margens das oportunidades que este grande país, conhecido como a terra das oportunidades, sempre os alijou.

Vendo os oito anos de governo Lula, as conquistas dos miseráveis, as perspectivas de um futuro melhor e oportunidades que nunca tiveram. Será que não valeu à pena?

A vida é como um câncer, uns vencem outros perdem... Os que perdem não souberam lutar?

Medicina

Em todos os anos de minha vida, em que me lembro, escutei, menos em minha casa, pois meus pais não falavam: “Eu quero um filho médico.”

Com o passar dos anos, fui entendendo porque falavam isso. Médico ganha muito dinheiro, não existe médico pobre. No meu tempo de criança eles eram médicos e fazendeiros: Dr. Garcia, Dr. Alencar, Dr. Cupertini dono da Pitangueira e outros.

Era e é a profissão de futuro, tudo é garantido para o médico, respeito, dinheiro, emprego, todas as conquistas da sociedade. Por pior profissional que seja, ganha no mínimo R$10.000,00 por mês.

Com o passar do tempo, observando o andar da sociedade, fazendo parte dela e tendo estudado - fiz Direito e não medicina - criei a minha teoria sobre a importância do estudar e aprender. Desde os meus tempos de estudante observei meus colegas de curso e alunos dos outros existentes. O meu universo de estudo é limitado, conversei e converso com estudantes aqui do meu estado e às vezes tenho acesso a estudantes de outros locais.

Sempre escutei a mesma história, dedicação integral ao curso vinte e quatro horas por dia, trinta dias por mês, trezentos e sessenta e cinco dias do ano e seis anos de estudo. Calma! A residência é depois, durante seis anos o aluno vive em função do curso de medicina, independente se faz uma faculdade pública ou particular o envolvimento é o mesmo, estudar muito e trabalhar bastante sem receber nada a não ser o conhecimento.

Se todos os alunos dos outros cursos existentes estudassem e estagiassem gratuitamente como o mesmo empenho que o estudante de medicina, não existiria profissão ruim ou mal remunerada. Tirando a medicina, todo estagiário pensa mais no retorno financeiro do que o retorno do aprendizado dos próprios pais. Já quando estudantes são bem pagos, a maioria se preocupa com o ganho e o passar de ano, independente do conhecimento.

Se você estudar e trabalhar tanto quanto um estudante de medicina, você será um profissional de sucesso.