segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não temos o direito.

No século passado, quando ainda advogava, fui procurado por uma senhora para providenciar o suprimento de idade de sua filha, então com quatorze anos de idade, para que a mesma pudesse se casar. Perguntei qual era o motivo que a levava a casar a filha tão criança. Disse-me que a filha tinha tido relação com o namorado e tinha que casar. Perguntei se a filha estava grávida, respondeu que não. Tentei todos os argumentos possíveis para que ela desistisse da idéia, pois para mim ela estava completamente errada, a filha era uma criança e o casamento dificilmente daria certo. Eu estava certo em relação ao casamento, não deu certo, mas estava errado em relação a vida.

Desta união nasceu uma linda menina. Estava errado em interferir na vida daquela menina. Se tivesse me ouvido, passados quase trinta anos eu não veria passar em frente a minha casa uma moça linda, fruto daquele casamento passeando com uma bela criança fruto do seu casamento. Vendo esta cena uma pergunta fica martelando minha cabeça.

Que direito temos de interferir na vida de outras pessoas?

Se dependesse de mim elas não estariam aqui.

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