quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quando o importante não é importante.

Sempre se discute como vender Bonito, já se gastou fortunas, com formulas mágicas que não deram resultados, fizeram projetos de marketing com custos altíssimos para a comunidade, trouxeram grandes nomes para nos ensinar o que eles não sabiam, como é Bonito e como funciona o nosso turismo, sua história,capacidade de carga, comportamento do turista em nossa cidade, seu interesse, sua procura. Conversando com um amigo, todos os meus escritos vão sair de conversas com amigos, tenho alguns, podem não acreditar.

O assunto em pauta era um curso de comercialização de Bonito, e eu perguntei a ele, se durante o curso foi falado do produto mais importante que temos um produto de alto valor, que, para mim é o mais importante atrativo de nossa cidade e, praticamente ninguém consegue enxergá-lo, consequentemente para o trade não tem nenhum valor, em função disto nunca é lembrado quando se fala em comercializar Bonito, este atrativo não é visto, não é tocado, não tem valor comercial, não é contemplativo, mas esta em todos os lugares e horários de nossa cidade.

Este atrativo É O SENTIMENTO DE FAMILIA, é o carinho, o amor, o companheirismo, a integração, a união, enfim o mais importante não é o que a família vê em Bonito, e sim o que vive, um sentimento único, vivido em poucos lugares do mundo, sendo aqui um destes locais especiais.

Temos varias vantagens sobre os nossos destinos concorrentes, sendo este o mais importante. e nunca foi visto como um grande trunfo de marketing, como aqui o espírito de família não tem muita importância , como disse este amigo , aqui ninguém tem família, inclusive eu.

Alguém já prestou atenção como se comporta uma família aqui em nossa cidade? O mais chato dos adolescentes, aquele filho inconveniente, o casado, o solteiro com namorada. Todos ficam grudados aos pais durante todos os dias que passam em nossa comunidade, normalmente nos grandes centros os filhos pouco saem com os pais ou nunca, aqui ficam 24 horas em sintonia, os nossos atrativos obrigam a terem esta convivência, independente de idade , avós com 70 anos, filhos quarentões e netos adolescentes , todos fazem os passeios juntos durante toda a permanência da família em nossa cidade.

Como se comporta esta mesma família na praia? Eles ficam juntos às 24 horas do dia como aqui, tem esta harmonia que nós proporcionamos a eles. Pra você não vale nada, mas, para a família não existe preço que paga estes momentos, Bonito é muito barato. Na praia o jovem sai para a balada, os pais ficam sozinhos é mico ir junto, atrapalha, os avós e os pais o Maximo que fazem juntos é irem a um restaurante, os filhos dormem até meio dia, só vão a praia a tarde e sem a companhia dos pais pois estes acordaram cedo e pegaram o sol da manha, enfim só se encontram quando chegam ao destino de férias e quando estão retornando a sua cidade de origem.

Aqueles filhos que, andar com os pais é mico, nem ao cinema vão juntos, muito menos ao shopping, aqui passeiam abraçados pela nossa avenida, conversando, se curtindo, como dificilmente se harmonizam, nos passeios, brincam, conversam, ficam juntos durante todo o tempo, a noite quando saem sempre estão juntos, esta harmonia que os pais sentem , acaba sendo prejudicial a nossa evolução, pois, os mesmos ficam em estado de êxtase tão grande, pois normalmente não curte a família tanto quanto, esta curtindo aqui em Bonito, que e incapaz de fazer uma critica, no passeio, no hotel, no transporte, no restaurante, na loja , do atendimento do guia, pois com todo este comportamento da família eles estão em estado de graça, pois aqui se consegue isso.

Este, é o nosso maior produto, infelizmente, como disse o meu amigo, aqui não se tem o SENTIMENTO DE FAMILIA, como vão enxergar, esta dádiva.

Um comentário:

  1. Tenho lembranças boas de uma terra boa, onde parte da minha infância aconteceu, algumas memórias vivas e outras nem tanto. Mas estive presente um tempo em Bonito e entendo o laço de quem vive aí com a terra e os costumes de família. Voltei de uma outra forma, como instrutora e palestrante e, percebo que aos poucos o costume pode se aliar à novas formas de gestão, mas no fundo, até os mais antigos descobriram com os novos habitantes que ganhar dinheiro é muito bom. Claro que, com juízo e cuidado com a natureza e o senso de família.

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